A coligação de organizações que está a promover uma campanha para travar o centro de detenção, construído em um aeroporto abandonado no meio de um espaço natural, a oeste de Miami, criticou o impacto dos voos nos Everglades, onde estão 36 espécies nativas na lista federal de espécies ameaçadas ou em perigo, como panteras e crocodilos.
"Esta é uma catástrofe para os Everglades a acontecer frente aos nossos olhos, pelo que iniciámos a ação legal", afirmou Eve Samples, diretora da organização Friends of The Everglades (Amigos dos Everglades), que lidera a campanha 'Stop Alligator Alcatraz'.
A ambientalista denunciou as "ameaças graves que representa este campo massivo de detenção no coração dos Everglades", aludindo aos camiões que transportam combustíveis para os aviões, aos dejetos humanos e às estradas novas, que ocupam cerca de 81 mil metros quadrados.
A preocupação das associações pela abertura do centro, sem uma avaliação de impacto ambiental, aumentou depois de governador Ron DeSantis anunciar que o Departamento de Segurança Interna tinha começado a fazer voos com deportados a partir do local, onde está um aeroporto inativo.
A diretora do Center for Biological Diversity para a Florida e as Caraíbas, Elise Bennet, comentou que "esta abominação está a crescer como um cancro, a ameaçar a água e a vida selvagem".
Por isso, avisou que vai prosseguir com o processo apresentado em 27 de junho para travar o projeto, que, por enquanto, tem uma capacidade de duas mil pessoas, mas que deve crescer até às quatro mil.
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