Tailândia e Camboja avaliam cessar-fogo proposto pela Malásia

Os governos da Tailândia e do Camboja estão a avaliar um cessar-fogo proposto pela Malásia, enquanto os exércitos dos dois países prosseguiam hoje os confrontos pelo segundo dia consecutivo em vários pontos da fronteira comum.

Anwar Ibrahim

© Simona Granati/Corbis via Getty Images

Lusa
25/07/2025 17:52 ‧ há 4 dias por Lusa

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Confrontos

Os governos da Tailândia e do Camboja estão a avaliar um cessar-fogo proposto pela Malásia, enquanto os exércitos dos dois países prosseguiam hoje os confrontos pelo segundo dia consecutivo em vários pontos da fronteira comum.

 

"A Tailândia agradece ao primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, a proposta de cessar-fogo, com a qual concorda, em princípio, e que irá analisar", indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros tailandês, num comunicado.

Banguecoque assinalou, porém, que as forças cambojanas "continuaram hoje os ataques indiscriminados contra território tailandês" e acusou o Camboja de "falta de boa-fé, colocando em risco a população civil".

Na mesma nota, o ministério frisou que a Tailândia "tem a obrigação de proteger a soberania e o seu povo".

O primeiro-ministro da Malásia, país que este ano detém a presidência rotativa da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), falou na noite de quinta-feira com os homólogos tailandês, Phumtham Wechayachai, e cambojano, Hun Manet.

"A Malásia apelou diretamente a ambos os líderes para um cessar-fogo imediato que evite novas hostilidades e abra espaço para o diálogo pacífico e uma resolução diplomática. Agradeço os sinais positivos e a disponibilidade demonstrada tanto por Banguecoque como por Phnom Penh", escreveu Anwar Ibrahim na rede social X.

Por seu lado, o primeiro-ministro do Camboja acusou já hoje a Tailândia de violar o cessar-fogo mediado pela Malásia.

"O Camboja aceitou a proposta de cessar-fogo porque não foi o Camboja que iniciou estes combates", afirmou Hun Manet, acrescentando que Anwar lhe confirmou que o homólogo tailandês "havia aceitado" a proposta, que deveria ter entrado em vigor às 00:00 de hoje.

"É lamentável que, pouco mais de uma hora depois, a parte tailandesa tenha informado que mudara de posição. A chave para resolver o atual conflito armado reside na vontade genuína da parte tailandesa de aceitar um cessar-fogo, que constitui o primeiro passo para encontrar novas soluções", escreveu o líder cambojano na rede social Facebook.

Após quase dois meses de tensão, os confrontos entre os exércitos dos dois países eclodiram na manhã de quinta-feira e intensificaram-se rapidamente. Ambos os lados se acusam mutuamente de terem iniciado a violência.

Os combates continuaram hoje e alastraram-se a 12 pontos da fronteira entre os dois países.

Hoje à noite (hora local), o Comando de Defesa Fronteiriça das províncias orientais tailandesas de Chanthaburi e Trat, que fazem fronteira com o Camboja, declarou a lei marcial em oito distritos da região para facilitar o movimento de tropas, polícias e civis e "proteger a nação desta ameaça externa".

Segundo a mais recente atualização, hoje divulgada, a Tailândia contabilizou 18 mortos (13 civis e cinco soldados) e mais de 138.000 deslocados. O Camboja confirmou apenas a morte de um civil, cinco feridos e cerca de 3.400 famílias retiradas.

A tensão territorial entre os dois países vizinhos do sudeste asiático tem sido geralmente gerida por via diplomática, embora entre 2008 e 2011 confrontos militares bilaterais junto ao templo hindu de Preah Vihear tenham causado cerca de 30 mortos.

Leia Também: Tailândia decreta lei marcial em oito distritos na fronteira

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