Mais de mil prisioneiros ucranianos na Rússia voltaram a casa esta quarta-feira, naquela que foi a nona troca de reféns entre os dois países, desde 2 de junho - altura em que Moscovo e Kyiv celebraram o acordo.
O anúncio foi feito pelo próprio presidente ucraniano, na rede social X, onde Zelensky afirmou que foi assegurado “o regresso de mais de mil pessoas.” O que “para mil famílias representa a oportunidade de voltar a abraçar os que mais amam, mais uma vez”.
Nas imagens publicadas pelo presidente ucraniano, os abraços marcam, de facto, o momento em que prisioneiros e entes queridos se voltam a reunir - sempre com o orgulho patriótico às costas, na forma de bandeiras ucranianas, que não falham nenhuma fotografia.
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— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) July 23, 2025
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Entre os prisioneiros libertados esta quarta-feira estão soldados encarregues de defender a cidade de Mariupol (uma das frentes mais ativas quando a guerra eclodiu em 2022), em cativeiro há mais de três anos.
Os recém-libertados têm idades compreendidas entre os 27 e os 66 anos, e foram capturados em diferentes frentes do conflito: de Donetsk, Zaporizhia, Kharkiv e Sumy, entre outros.
Durante esta semana, Zelensky já tinha afirmado que esperava mais trocas de reféns no âmbito dos acordos de 2 de junho em Istambul, onde Moscovo e Kyiv estão em negociações desde 16 de maio deste ano (a primeira vez que se encontraram desde 2022).
Negociações de cessar-fogo em Istambul
A troca de reféns aconteceu numa altura em que a terceira ronda de negociações entre a Rússia e a Ucrânia começa em Istambul, focada em alcançar um cessar-fogo e em devolver todos os prisioneiros de guerra aos respetivos países.
Durante a reunião, o secretário do Conselho de Segurança ucraniano propôs uma reunião de líderes (anteriormente já sugerida por Zelensky), entre Putin, Zelensky, Trump e Erdogan (o presidente turco).
O encontro aconteceria no final de agosto, uma data estratégica, já que se “enquadra na visão” dos parceiros da Ucrânia, nomeadamente dos Estados Unidos, e do prazo de 50 dias dado à Rússia por Trump para encontrar uma solução para o conflito.
O negociador-chefe russo não rejeita o encontro de líderes, mas admite que Zelensky e Putin não se vão encontrar antes de ser alcançado um acordo de paz, afirmando que a reunião “não se destina a discutir o acordo, mas sim de o finalizar”.
Do lado da Rússia, foi proposto um breve cessar-fogo, entre 24 a 48 horas nas linhas da frente “para que as equipas médicas possam retirar os feridos e os comandantes possam recuperar os corpos dos seus soldados”, afirmou Vladimir Medinsky.
Próxima troca de reféns
Em conferência de imprensa, o negociador russo referiu que, no final das negociações, a Rússia e a Ucrânia concordaram numa nova troca de reféns. Desta vez, com 1.200 prisioneiros a serem devolvidos a cada país. Moscovo terá ainda posto em cima da mesa o retorno dos corpos de mais de 3.000 soldados a Kyiv.
"Dando continuidade à troca de prisioneiros de guerra, concordamos que pelo menos 1.200 prisioneiros de guerra adicionais serão trocados por cada lado num futuro próximo", disse Medinsky.
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