"O encontro entre as delegações turca, russa e ucraniana vai começar no Palácio Çiragan (em Istambul), pelas 19h00 [17h00 em Lisboa], na presença do ministro dos Negócios Estrangeiros, Hakan Fidan, e do diretor do MIT (serviços de informações turco), Ibrahim Kalin", disse o responsável, que pediu para não ser identificado, à agência de notícias France-Presse.
Trata-se da terceira ronda de negociações entre a Ucrânia e a Rússia, a decorrer em Istambul nos últimos meses, numa nova tentativa de pôr fim a mais de três anos de guerra, apesar das posições "diametralmente opostas" dos dois países.
As últimas duas rondas, a 16 de maio e a 02 de junho, acabaram sem resultados sobre um acordo para um potencial cessar-fogo. Kyiv e Moscovo conseguiram acordar trocas de prisioneiros de guerra e de corpos de combatentes.
Em declarações feitas hoje, o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, disse esperar "conversações muito complicadas" com Kyiv, excluindo mais uma vez a possibilidade de um rápido progresso diplomático para pôr fim à guerra.
"Ninguém está à espera de um caminho fácil. É claro que vai ser uma discussão muito complicada", disse aos jornalistas, repetindo que as propostas das duas fações beligerantes para acabar com o conflito são "diametralmente opostas".
A delegação de Moscovo é chefiada pelo conselheiro presidencial Vladimir Medinsky, enquanto a equipa de Kyiv é liderada pelo antigo ministro da Defesa e atual secretário do Conselho de Segurança Nacional, Rustem Umerov.
Este novo encontro em Istambul acontece depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter ameaçado Moscovo com sanções e aumento de tarifas caso a Rússia não chegue a um acordo de paz com Kyiv no prazo de 50 dias, ou seja, antes de setembro.
Kyiv e os aliados ocidentais acusam Moscovo de bloquear as negociações ao manter exigências maximalistas, enquanto o exército russo, mais numeroso e melhor equipado, prossegue os bombardeamentos e os ataques na linha da frente, onde continua a ganhar terreno.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kyiv também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
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