António Guterres "condena veementemente a violência em curso, incluindo os disparos, as mortes e os ferimentos de pessoas que tentam arranjar alimentos para as famílias", acrescentou Stéphane Dujarric perante a imprensa, em Nova Iorque.
Pelo menos 93 palestinianos foram mortos pelas forças israelitas quando tentavam recolher ajuda humanitária, em vários pontos do enclave, de acordo com um novo balanço da Defesa Civil da Faixa de Gaza.
O porta-voz da Defesa Civil, Mahmud Bassal, disse que só na zona de Zikim, a noroeste da cidade de Gaza (norte), morreram 80 pessoas.
A ONU e as organizações não-governamentais (ONG) ainda a operar no terreno têm alertado regularmente para o risco de fome na Faixa de Gaza, cercada por Israel depois de mais de 21 meses de conflito, desencadeado por um ataque contra território israelita do movimento islamita palestiniano Hamas a 07 de outubro de 2023.
O Programa Alimentar Mundial (PAM) declarou que um dos seus comboios de ajuda alimentar, composto por 25 camiões, tinha entrado na Faixa de Gaza e encontrado "enormes multidões de civis esfomeados sob fogo" na zona de Zikim.
O PAM considerou "totalmente inaceitável" qualquer violência contra estes civis e, no domingo à noite, disse que tanques israelitas, atiradores e outros militares abriram fogo sobre a multidão no norte de Gaza.
O exército israelita admitiu ter disparado "tiros de aviso" e estar ciente das baixas, mas declarou, no domingo, que o número de mortos reportado não correspondia às informações de que dispunha.
Embora Israel tenha permitido novamente o acesso de camiões a 19 de maio, o acesso tem sido extremamente limitado e sujeito a um perigoso sistema de distribuição baseado em pontos de distribuição geridos pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF).
O norte de Gaza foi excluído deste sistema de distribuição, pelo que a população obtém ajuda atacando os camiões da ONU que passam pelas estradas do norte, contexto em que ocorreu o massacre de domingo.
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