Os cinco motivos que 'ligam' Donald Trump a Jeffrey Epstein. Entenda

Os nomes de Donald Trump e Jeffrey Epstein têm estado 'na mira' nos últimos dias, com o presidente dos Estados Unidos a processar o Wall Street Journal por difamação, depois de terem sido tornados públicos um desenho e mensagens assinados por Trump para Epstein. Mas seriam assim tão próximos?

jeffrey epstein, donald trump

© Davidoff Studios/Getty Images

Teresa Banha
19/07/2025 20:55 ‧ há 10 horas por Teresa Banha

Mundo

Donald Trump

Cinco anos depois de morrer enquanto aguardava julgamento, Jeffrey Epstein continua 'mexer' com a atualidade, exemplo disso é o caso que tem vindo 'à baila' nos últimos dias - que o envolve, bem como ao principal morador da Casa Branca.

 

A situação escalou depois de o Wall Street Journal (WSJ) revelar uma mensagem enviada em 2003, alegadamente, por Donald Trump a Jeffrey Epstein, a congratulá-lo pelo seu 50.º aniversário. Na missiva, o agora presidente referia-se-ia a um "segredo maravilhoso" e teria feito um desenho de uma mulher nua.

O empresário morreu em 2019 na prisão, numa altura em que estava acusado de controlar um esquema de tráfico e abuso sexual de menores, tendo, alegadamente, criado uma rede para abusar de dezenas de meninas na sua mansão de Nova Iorque e numa outra situada na Florida.

Trump ameaçou processar e, na sexta-feira, avançou: Rupert Murdoch, a Dow Jones, a News Corp e dois jornalistas do WSJ estão a ser processados pelo chefe de Estado norte-americano. De acordo com a Reuters, Trump pede 10 mil milhões de dólares, acusando-os de difamação.

Mas, afinal, o que 'liga' Trump a Epstein?

A CNN Internacional publicou um artigo no qual faz uma análise daquilo que liga o nome de um empresário ao outro, destacando cinco situações:

Qual a proximidade?

Esta não é uma pergunta com uma resposta clara, dado que há comentários contraditórios por parte de Trump ao longo do tempo. Se, por um lado, hoje em dia ainda questiona "por que razão falamos" atualmente de Epstein, como disse recentemente em conferência de imprensa, houve uma altura em que disse que ele era um "tipo maravilhoso", como em 2022.

Há registos de Trump voar no avião de Epstein, pelo menos sete vezes nos anos 90. O New York Times chegou a noticiar que, em 1992, Mar-a-Lago foi palco de um concurso de "raparigas do calendário", para o qual foram transportadas cerca de duas dúzias de mulheres. Segundo o empresário que organizou o evento, George Houraney, os únicos convidados presentes eram Trump e Epstein. A Casa Branca não comentou a situação ao jornal quando foi publicada, em 2019.

Quando disse que Epstein era um tipo "maravilhoso", em 2002, Trump explicou: "É muito divertido estar com ele. Diz-se até que gosta tanto de mulheres bonitas como eu, e muitas delas são mais jovens. Não há dúvida de que o Jeffrey gosta da sua vida social".

Mais tarde, terá tido uma "desavença" com o empresário, como escreveu o Washington Post, devido a uma propriedade em Palm Beach, na Florida. Trump acabou por ficar com a casa.

Trump disse mais recentemente que "não era um fã" de Epstein, no entanto, também recorreu ao X (antigo Twitter), para negar que alguma vez tivesse estado nos jatos do empresário.

O desenho

Face à publicação do WSJ, Trump negou ter feito o desenho, dizendo que "não desenha".

Mas esboços feitos pelo agora presidente já apareceram antes, incluindo um assinado por Trump e que mostra a linha do horizonte de Manhattan - o desenho foi vendido num leilão em 2017 por mais de 29.000 dólares. Outro esboço de Trump dos anos 90, que mostra o Empire State Building, foi leiloado no mesmo ano.

E, num livro de 2008, o próprio assumia que doava um "rabisco" autografado todos os anos para caridade.

Tal como indica a CNN Internacional, estes esboços não são prova de que o alegado desenho tenha sido feito por Trump: mas mostra que Trump já desenhou (e ganhou com isso) antes. 

Trump está nos ficheiros Epstein?

O nome de Trump estava nos registos de voo de Epstein. Um livro de endereços pessoal de Epstein, divulgado em 2009, continha 14 números de telefone associados a Trump, Melania Trump e pessoas do círculo do presidente. Uma busca na mansão de Epstein em Palm Beach, em 2005, encontrou duas mensagens escritas sobre chamadas de Trump.

É possível que o nome de Trump se encontre nos ficheiros, não significando isto que, sendo citado, esteja envolvido na rede que Epstein comandava. 

Trump tem sido muito relutante em divulgar os documentos, o que está a criar algum atrito mesmo com os apoiantes do movimento Make America Great Again (MAGA). Estão insatisfeitos com as conclusões tiradas, dado que a Procuradora-Geral dos EUA, Pam Bondi, e o Diretor-Adjunto do FBI, Dan Bongino, prometeram revelar "a verdade" sobre o caso antes do início da atual administração dos EUA, em janeiro.

A esta associação entre Donald Trump e Jeffrey Epstein junta-se ainda um outro nome: Elon Musk. O outrora 'braço direito' do chefe de Estado dos EUA também tem associado Trump aos ficheiros em causa.

Trump e a proibição em Mar-a-Lago

Um antigo assessor de Trump, Sam Nunberg, explicou, em 2019, ao Washington Post, que Trump disse que proibiu Epstein de Mar-a-Lago devido a má conduta. Nunberg afirmou que Trump disse que o tinha feito porque Epstein tinha recrutado uma jovem que trabalhava lá para lhe fazer massagens. Isto passou-se anos antes de a investigação sobre Epstein se ter tornado pública.

“É um verdadeiro pervertido, eu bani-o”, terá dito Trump, segundo Nunberg.

Um livro de 2020 escrito por jornalistas do Miami Herald e do WSJ, associaram a proibição de Epstein em Mar-a-Lago a alegadas abordagens à filha adolescente de um dos membros.

Virginia Giuffre, que acusou o príncipe André de abuso sexual, disse que foi recrutada para a rede de tráfico sexual de Epstein quando trabalhava em Mar-a-Lago em 2000. Giuffre morreu em abril passado, aos 41 anos.

Ghislaine Maxwell, a 'ex' e ajudante de Epstein

Um ano após a morte de Epstein, Trump fez um comentário que causou algum debate, dirigido a Ghislaine Maxwell, então acusada de recrutar menores abusadas por Epstein. "Desejo-lhe tudo de bom, seja o que for", disse Trump.

Trump foi criticado por estar a desejar "tudo de bom" a alguém acusado de estar na rede de tráfico, e que foi mais tarde condenada. Semanas depois, repetia: "Sim, desejo-lhe felicidades [...]. Desejo-lhe felicidades. Desejo felicidades a muita gente. Boa sorte. Eles que provem que alguém é culpado."

Trump acrescentou, quando pressionado novamente: "Desejo-lhe felicidades. Não estou à procura de nada de mau para ela. Não estou a procurar nada de mau para ninguém".

Leia Também: Epstein. Departamento de Justiça dos EUA pede libertação de informação

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