"Juntos, vamos continuar a exercer uma pressão implacável sobre [o presidente russo, Vladimir] Putin, asfixiando a indústria petrolífera estratégica e cortando o financiamento da guerra ilegal na Ucrânia", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, em comunicado.
Entre o pacote de medidas agora anunciadas pela UE, o 18.º desde o início da guerra, está uma redução do limite máximo do preço das exportações de petróleo bruto russo para 47,6 dólares por barril (40,85 euros), ou seja, menos 15% do que o preço médio de mercado de um barril de petróleo bruto russo.
O mecanismo proíbe qualquer companhia petrolífera ou frota marítima de vender petróleo russo acima desse preço, sob pena de sanções.
No final de 2022, o G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) decidiu fixar um preço máximo de venda de 60 dólares (51,5 euros) por barril, mas este preço é agora considerado demasiado elevado, tendo em conta o valor atual do petróleo no mercado, que tende a baixar.
Se a descida dos preços do petróleo se confirmar, o novo mecanismo vai permitir seguir a tendência, mantendo-se 15% abaixo do preço médio, um sistema considerado mais flexível e eficaz do que o anterior.
O novo limiar será revisto de seis em seis meses para ter em conta a evolução do mercado, ou mesmo antes, se necessário, adiantou um diplomata europeu à agência de notícias France-Presse.
Londres considerou que baixar o valor de mercado do crude russo vai reduzir uma fonte crucial de financiamento do país, cujo setor petrolífero representa cerca de 30% das receitas fiscais, essenciais para a máquina de guerra russa.
O Governo britânico disse que vai dar até 02 de setembro às empresas para se adaptarem, mantendo os limites máximos de preços de 100 dólares (85,8 euros) para os produtos petrolíferos refinados de elevado valor, como o gasóleo e a gasolina, e de 45 dólares (38,6 euros) para os produtos petrolíferos refinados de baixo valor, como o fuelóleo.
Também neste dia, o Executivo britânico anunciou sanções contra três unidades de informações do exército russo e 18 espiões, alegadamente responsáveis por ataques na Ucrânia e operações cibernéticas para "semear o caos e a desordem" na Europa.
As divisões da agência de informações militares russa sancionadas estiveram, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, envolvidas no bombardeamento do Teatro Mariupol, que abrigava centenas de civis, incluindo crianças, quando foi atacado a 16 de março de 2022, e cujo número de mortos continua por esclarecer.
No Reino Unido, a Rússia tentou atacar meios de comunicação social, operadores de telecomunicações, instituições políticas e democráticas, além de infraestruturas energéticas, adiantou.
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