A União Europeia (UE) esclareceu que o 18.º pacote de sanções contra a Rússia, aprovado hoje, inclui 55 novos visados responsáveis por alimentar o esforço de guerra na Ucrânia e pretende acabar com a atividade dos gasodutos russos.
A lista de sancionados pela UE integra mais 14 pessoas e 41 organizações.
Num comunicado, publicado várias horas depois do anúncio da aprovação do mais recente pacote de sanções contra a Rússia, o Conselho da UE especificou que a lista vai integrar mais 22 bancos russos, que ficarão impedidos de qualquer transação com os países do bloco europeu.
A decisão também se aplica às 23 instituições financeiras anteriormente sancionadas.
Em simultâneo, o novo pacote da UE inclui medidas destinadas a afetar a indústria petrolífera e energética russa, nomeadamente a proibição das transações relacionadas com os gasodutos Nord Stream.
O bloco europeu encara estes gasodutos, Nord Stream 01 e 02, como uma das maiores fontes de receita de Moscovo e como tal quer bloquear qualquer atividade de distribuição de gás natural.
No que diz respeito ao complexo industrial militar russo, para evitar o contorno das sanções, os 27 países do bloco comunitário acordaram em sancionar três organizações com sede na China e que vendem materiais utilizados no conflito na Ucrânia.
O bloco europeu também adicionou à lista de sanções oito empresas que operam no complexo industrial militar da Bielorrússia.
O pacote de sanções hoje aprovado foi classificado por Bruxelas como "um dos maiores".
"A UE acabou de aprovar um dos maiores pacotes de sanções contra a Rússia até hoje", escreveu a alta representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, nas redes sociais.
Kaja Kallas sustentou que as sanções "cortam ainda mais o orçamento de guerra do Kremlin [presidência russa] e perseguem os mais 105 navios da 'frota fantasma', dos facilitadores, e limitam o acesso dos bancos russos a financiamento".
A ex-primeira-ministra da Estónia acrescentou que os gasodutos Nord Stream também "vão ser banidos" e que a indústria militar russa "será mais pressionada", assim como as instituições financeiras chinesas que "permitem escapar às sanções" aplicadas até hoje.
A UE também pretende "bloquear a exportação de tecnologia utilizada em drones".
Kaja Kallas anunciou que as medidas da UE vão atingir igualmente a Rosneft, uma das maiores refinarias russas, que está localizada na Índia, bem como as pessoas que estão a "doutrinar as crianças ucranianas".
A alta-representante da UE para a diplomacia esperava a aprovação deste novo pacote de sanções no início da semana, mas a decisão chegou três dias depois, após ter sido ultrapassado um impasse com a Eslováquia por causa do fim da utilização do gás russo.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou a aprovação das sanções, considerando que é um golpe "no coração da máquina da guerra" da Rússia, que inclui os setores bancário, energético e da indústria militar.
"Vamos continuar até [o Presidente russo, Vladimir] Putin acabar com esta guerra", completou.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kyiv também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
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