Nikos Christodoulides, Presidente da República de Chipre, reconhecida internacionalmente, e Ersin Tatar, que lidera a autoproclamada República Turca do Chipre do Norte (RTCN), reconhecida apenas pela Turquia, alcançaram progressos em algumas questões, incluindo a criação de um comité da juventude, frisou António Guterres.
"É essencial implementar todas estas iniciativas o mais rapidamente possível e no interesse de todos os cipriotas", frisou o diplomata português, no final das negociações de dois dias em Nova Iorque, que se seguiram às realizadas em março passado em Genebra.
Nas negociações na capital suíça, já tinham resultado "progressos significativos" no relançamento dos esforços de reunificação, que estavam congelados desde 2017.
Durante estas negociações na Europa, as duas partes acordaram um conjunto de medidas de reforço da confiança, incluindo a abertura de novos pontos de passagem em ambos os lados da fronteira e a cooperação na área da energia solar.
As questões técnicas ainda precisam de ser resolvidas em relação a estes elementos, mas "acredito que estamos a construir confiança [entre as duas partes], passo a passo, e a criar as condições necessárias para tomar medidas concretas em benefício do povo cipriota", destacou ainda Guterres.
O Chipre está dividido em dois desde a intervenção do Exército turco, a 20 de julho de 1974, em resposta a uma tentativa de golpe dos nacionalistas cipriotas gregos.
A Turquia mantém tropas na ilha desde então. Décadas de negociações apoiadas pela ONU não conseguiram reunificá-la.
Em 2004, os cipriotas gregos rejeitaram por larga maioria um plano de reunificação apoiado pela ONU em referendo.
A última ronda de conversações de paz em Crans-Montana, na Suíça, falhou em 2017.
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