Agências cabo-verdianas esperam que concorrência aérea baixe preços

Agências de viagens em Cabo Verde ouvidas pela Lusa esperam que os novos voos de baixo custo para Cabo Verde provoquem uma descida de preços nas viagens e atraiam mais visitantes, apelando a um reforço de oferta turística. 

 Cabo Verde Airlines

© Getty Images

Lusa
10/07/2025 09:22 ‧ há 6 horas por Lusa

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Cabo Verde

"Com certeza, as concorrentes terão de melhorar os preços", disse à Lusa Marvela Rodrigues, responsável da agência Praiatur, depois de a companhia Easyjet anunciar voos diretos a ligar Lisboa e Porto à capital cabo-verdiana, Praia, e a outras duas ilhas, a partir de outubro.

 

"É sempre bem-vinda a entrada de novas companhias, dá mais oferta às agências e mais opções aos clientes. Isso incentiva a diáspora a viajar e até a considerar voltar a viver em Cabo Verde", disse Isabel Fortes, responsável da agência Isa Tour.

Patrick dos Santos, responsável da agência Alô Cabo Verde Tour, afirmou que "qualquer medida que provoque descida dos preços é positiva".

"Os clientes são muito sensíveis ao preço" e muitas famílias numerosas evitam viajar por causa dos custos, afirmou, apesar de alertar para os detalhes dos novos bilhetes.

"Um bilhete de 85 a 95 euros pode ficar igual ou mais caro quando se junta bagagem" que é paga como extra, tanto na cabine, como no porão. E os cabo-verdianos quase sempre viajam com malas", explicou.

Por outro lado, os voos não serão diários e, por isso, é possível que outras companhias mantenham os preços.

Para Patrick dos Santos, esta é uma oportunidade para as agências venderem mais bilhetes, mas alerta para os desafios.

"Apesar de haver melhorias nos hotéis, faltam segurança e espaços limpos para atrair turistas. Se queremos turismo sustentável, o visitante deve querer voltar", afirmou.

Marvela Rodrigues considera que há "um potencial enorme para gerar emprego direto", mas são necessárias "melhorias na restauração" e um "aumento da oferta de alojamento", sobretudo na ilha de Santiago, onde se situa a capital, Praia.

"Quando chegam mais turistas, é preciso organizar mais oferta", afirmou, acrescentando que já há procura, principalmente para o Natal e fim de ano.

"Se houver bons preços, vai atrair muita gente. As viagens eram caras e limitavam a procura", acrescentou.

Alexandre Lopes, responsável pela Diocesana Tours, acredita que haverá um impacto positivo junto da diáspora.

"Mais voos e mais ligações vão trazer mais visitantes que querem passar férias, o que trará desenvolvimento para o país", contudo, é preciso diversificar a oferta para "tornar o turismo mais sustentável", concluiu.

O aumento de ligações aéreas regulares com a Europa tem feito crescer o turismo em Cabo Verde, sobretudo nas ilhas do Sal e Boa Vista, levando o país a um recorde de 1,2 milhões de hóspedes em 2024.

O turismo e atividades relacionadas são o motor do crescimento da economia cabo-verdiana, estimando-se que as receitas tenham superado 500 milhões de euros, no último ano, representando mais de 70% das exportações.

O produto interno bruto cabo-verdiano cresceu 7,3% em 2024.

O primeiro-ministro do arquipélago, Ulisses Correia e Silva, tem referido que o setor "está longe de estar saturado", considerando que é preciso diversificá-lo além da tradicional oferta de "sol e praia" e apostar nas diferentes ilhas.

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