Dois marinheiros mortos em ataque a navio no mar Vermelho

O ataque de segunda-feira contra um cargueiro no mar Vermelho, ao largo do Iémen, causou dois mortos entre a tripulação, anunciou hoje a Libéria numa reunião da Organização Marítima Internacional (OMI).

MV Eternity C

© AmiDaniel1/ X (antigo Twitter)

Lusa
08/07/2025 16:24 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Recebemos informações ontem [segunda-feira] à noite de que o 'Eternity' tinha sido atacado novamente (...) causando a morte de dois marinheiros", disse um representante da Libéria, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

 

O "MV Eternity C", com pavilhão da Libéria, foi atacado na segunda-feira, um dia depois de um ataque reivindicado pelos rebeldes huthis do Iémen a outro navio de carga, o "Magic Seas".

Os rebeldes afundaram o "Magic Seas", mas a tripulação foi resgatada pelos Emirados Árabes Unidos, disse o Estado do Golfo.

O ataque de segunda-feira, que até agora não foi reivindicado, ocorreu a sudoeste da cidade portuária iemenita de Hodeida, uma das zonas mais estratégicas sob o controlo dos rebeldes do Iémen.

Os dois ataques sucessivos aumentaram os receios de que os rebeldes apoiados pelo Irão retomem a campanha contra os navios ao largo da costa do Iémen, apesar de um acordo de cessar-fogo com os Estados Unidos, de maio.

Desde o final de 2023, os huthis atacaram dezenas de navios que acreditam estar ligados a Israel.

Também visaram navios norte-americanos, alegando estar a agir em solidariedade com os palestinianos na Faixa de Gaza, que se encontra há 21 meses em guerra entre Israel e o Hamas.

Segundo a Câmara Internacional de Navegação, estas ações levaram muitos armadores a evitar a zona, que movimenta 12% do comércio mundial.

Antes do anúncio da morte dos dois marinheiros, a agência de segurança marítima britânica Ambrey tinha indicado que dois membros da tripulação do "MV Eternity C" estavam feridos e dois tinham desaparecido.

Não se sabe se as duas mortes estão incluídas nestes números.

O secretário do Departamento de Trabalhadores Migrantes das Filipinas, Hans Cacdac, disse que 21 dos 22 membros da tripulação eram filipinos.

O analista da Basha Report Risk Advisory Mohammed Albasha considerou que os rebeldes podem estar a tentar confirmar a capacidade de ação, após a guerra de 12 dias de Israel contra o Irão, à qual os Estados Unidos se juntaram.

"Este ataque pode ser uma mensagem subtil para Washington e Telavive de que os grupos aliados do Irão continuam ativos e capazes", afirmou o analista da empresa com sede nos Estados Unidos.

"A mensagem é clara: os huthis ainda têm a capacidade de perturbar e estão a escolher cuidadosamente quando agir", acrescentou.

Em represália aos ataques dos huthis, Israel bombardeou várias instalações dos rebeldes no Iémen, incluindo o porto de Hodeida e arredores, que foram novamente alvo de ataques no domingo e na madrugada segunda-feira.

Os rebeldes disseram na segunda-feira ter retaliado com o disparo de mísseis contra Israel, o que foi confirmado pelo exército israelita, que detetou dois projéteis disparados do Iémen.

Para a investigadora iemenita Nadwa Dawsari, do Middle East Institute, os ataques dos rebeldes vão além da simples solidariedade com os palestinianos em Gaza.

"Estes ataques reforçam a estatura regional, alimentam a sua narrativa e servem o objetivo de se tornarem o novo líder do 'Eixo da Resistência'", uma aliança informal de grupos armados hostis a Israel, afirmou.

Ao mesmo tempo, "consolidam a agenda regional mais vasta do Irão", acrescentou, numa mensagem nas redes sociais citada pela AFP.

Em maio, os rebeldes, que controlam a capital Saná e vastas áreas do Iémen, um país em guerra desde 2014, avisaram que iam continuar a atacar navios israelitas ou ligados a Israel, apesar das tréguas com os Estados Unidos.

Leia Também: Casa Branca aponta Gaza como "prioridade máxima" no Médio Oriente

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