O segundo navio atacado em 24 horas no Mar Vermelho, um graneleiro operado pela companhia de navegação grega 'Cosmoship Management', sofreu danos significativos e continuava hoje sob ataque constante, anunciou a Marinha britânica.
O navio sofreu danos significativos e perdeu toda a propulsão, segundo a fonte citada pela agência de notícias espanhola EFE.
Segundo as informações mais recentes, estava rodeado de pequenas embarcações e a ser constantemente atacado.
Um porta-voz do Ministério da Marinha Mercante grego confirmou na segunda-feira à EFE que dois marinheiros estavam desaparecidos e outros dois ficaram feridos.
O ataque foi feito com 'drones', lança-granadas e lanchas rápidas contra o graneleiro "Eternity C", que navega sob a bandeira da Libéria.
O navio tem uma tripulação de 22 pessoas, todas filipinas, e três guardas armados indianos estavam também a bordo, segundo a mesma fonte.
O porta-voz da companhia grega acrescentou que o mais importante era contactar o comandante do navio, uma vez que o ataque danificou o sistema de comunicação.
De acordo com a estação de rádio grega SKAI, o navio, que se dirigia ao porto de Jidá, na Arábia Saudita, estava à deriva.
O ataque, que até agora não foi reivindicado, ocorreu a sudoeste da cidade portuária iemenita de Al Hodeida, uma das zonas mais estratégicas sob o controlo dos rebeldes houthis do Iémen.
Os houthis celebraram na segunda-feira o "afundamento completo", sem vítimas, do graneleiro grego "Magic Seas", que atacaram no domingo com mísseis e 'drones' no Mar Vermelho.
A tripulação do navio, que se encontra "segura e bem", foi resgatada pelos Emirados Árabes Unidos, informou o Estado do Golfo.
Os rebeldes iemenitas lançaram centenas de ataques contra Israel e a navegação comercial no Mar Vermelho desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em 07 de outubro de 2023.
O objetivo é prejudicar economicamente Israel e abrir uma nova frente de conflito em apoio ao Hamas, o grupo radical islâmico que governa a Faixa de Gaza desde 2007.
O ataque do Hamas a Israel em outubro de 2023 foi a causa direta da guerra atualmente em curso.
Os houthis fazem parte do chamado "eixo de resistência" a Israel, liderado pelo Irão, que integra grupos extremistas como os palestinianos Hamas e Jihad Islâmica e o Hezbollah libanês.
Os rebeldes atacaram mais de 100 navios mercantes entre novembro de 2023 e janeiro de 2025, afundando dois deles e matando quatro marinheiros.
Os ataques reduziram o fluxo de comércio através do corredor do Mar Vermelho.
Fundado por Hussein al-Houthi, morto em 2004 pelo exército iemenita, o grupo xiita está em guerra há mais de uma década com o governo exilado do Iémen, apoiado pela Arábia Saudita.
Os rebeldes controlam grande parte do país, considerado o mais pobre da Península da Arábia.
"A guerra [no Iémen] já resultou em mais de 150.000 mortes e numa crise humanitária sem precedentes. Atualmente, 4,5 milhões de pessoas estão deslocadas e 21,6 milhões necessitam de ajuda urgente", segundo um relatório recente da ONU.
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