Yasser Shabab. Hamas apela a líder de grupo armado para que se entregue

Um tribunal militar dependente do governo do movimento islâmico Hamas na Faixa de Gaza anunciou hoje ter dado 10 dias a Yasser Abu Shabab, líder de um grupo armado no sul do território palestino, para se entregar às autoridades.

hamas, troca de reféns

© REUTERS/Hatem Khaled

Lusa
02/07/2025 13:58 ‧ há 11 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

No contexto da guerra em Gaza, as autoridades israelitas reconheceram no início de junho que armavam um grupo palestiniano oposto ao Hamas, e os meios de comunicação palestinianos e israelitas estimam que se trata de um grupo liderado por Abu Shabab.

 

O "tribunal revolucionário" decidiu "conceder ao acusado Yasser Jihad Abu Shabab um prazo de 10 dias, a partir de hoje, para se entregar às autoridades competentes, a fim de ser julgado", indicou num comunicado este órgão, equivalente a um tribunal militar.

Este palestiniano é acusado de ter formado uma "milícia armada" e de "colaborar com entidades inimigas, acrescentou este órgão, sem especificar a quem se referia. O Hamas deixa por explicar o que fará se Abu Shabab não se entregar.

Segundo os meios de comunicação social em Gaza, Yasser Abu Shabab teria formado um grupo armado chamado "Forças Populares", que opera a partir do leste de Rafah, no sul do território, numa zona sob controlo israelita.

Este grupo afirmou na semana passada ter "visado um local afiliado ao Hamas", referindo-se a um armazém de ajuda humanitária "confiscada" aos habitantes de Gaza por uma unidade armada do Hamas.

O Conselho Europeu para as Relações Internacionais (ECFR) descreve Abu Shabab como o líder de um "bando criminoso que opera na região de Rafah [cidade situada no sul da Faixa de Gaza e junto à fronteira com o Egito] acusado de saquear camiões de ajuda" humanitária" em Gaza. 

Em resposta às declarações israelitas de junho, o Hamas afirmou que a milícia Forças Populares tinha "escolhido o caminho da traição" e apelou aos civis para que se lhe opusessem.

A 06 de junho, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reconheceu que Israel estava a apoiar uma milícia palestiniana em Gaza que se opõe ao Hamas, após um ex-ministro ter declarado que Telavive teria transferido armas para esse grupo, uma milícia que reúne membros de uma tribo beduína liderada por Abu Shabab. 

Numa entrevista concedida ao canal público israelita Kan, o deputado e ex-ministro da Defesa israelita Avigdor Lieberman declarou que o governo de Netanyahu estava a fornecer armas "a um grupo de criminosos e malfeitores".

"O que divulgou Lieberman? Que fontes de segurança ativaram um clã de Gaza que se opõe ao Hamas? O que há de errado nisso?", questionou Netanyahu num vídeo publicado na quinta-feira na conta pessoal na rede social X. "Só há coisas boas", sublinhou Netanyahu.

"Isso salva a vida de soldados israelitas" na Faixa de Gaza, onde Israel combate o Hamas desde o seu ataque sem precedentes em solo israelita em 07 de outubro de 2023, o que desencadeou a guerra.

Michael Milshtein, especialista em assuntos palestinianos do Centro Moshe Dayan de Telavive, disse à agência noticiosa France-Presse (AFP) que o clã Abu Shabab faz parte de uma tribo beduína que vivia na península egípcia do Sinai. 

Segundo Milshtein, alguns membros da tribo estão envolvidos em "todo o tipo de atividades criminosas, tráfico de drogas e outras coisas do género".

Abu Shabab passou algum tempo na prisão em Gaza e os líderes do clã denunciaram-no recentemente como um "colaborador e 'gangster'" israelita, acrescentou o analista do Centro Moshe Dayan.

"Parece que o Shabak [acrónimo em hebraico da Agência de Segurança Interna, também conhecida como Shin Bet] ou o exército acharam que era uma excelente ideia transformar esta milícia, este gangue na verdade, num agente, dar-lhe armas e dinheiro e protegê-lo das operações do exército", acrescentou Milshtein.

Leia Também: Médio Oriente: Exército israelita detém célula iraniana no sul da Síria

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