Parlamento venezuelano declara Türk (e gabinete) 'persona non grata'

A Assembleia Nacional (AN) da Venezuela, de maioria pró-Chávez, declarou hoje o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, bem como os membros do seu gabinete, "persona non grata".

 Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk,

© Getty Images

Lusa
02/07/2025 06:13 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Volker Türk

O Parlamento venezuelano acusou também aquele responsável da ONU de manter o silêncio sobre os 252 migrantes "sequestrados" em El Salvador e sobre os 18 menores "detidos" nos Estados Unidos.

 

Os deputados da AN (Parlamento venezuelano) aprovaram ainda por unanimidade solicitar ao Executivo de Nicolás Maduro que a Venezuela "deixe" o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) enquanto Türk "estiver no comando" do mesmo.

Na sexta-feira, Türk alertou, num relatório, que as liberdades fundamentais na Venezuela sofreram uma deterioração significativa em 2024 e 2025, no contexto das eleições presidenciais e parlamentares realizadas nesses anos, e que várias pessoas "foram submetidas a detenções arbitrárias, violações do devido processo legal e desaparecimentos forçados, num contexto de contínuas torturas e maus-tratos".

O presidente do parlamento, o chavista Jorge Rodríguez, mostrou uma foto de Türk e apelidou-o de 'escroque', acusando-o de fazer "vista grossa a crimes atrozes".

Durante o debate, o deputado disse que aquele responsável da ONU tinha cometido "crimes puníveis na Venezuela" e, nesse sentido, expressou que Türk "é cúmplice de sequestro, caluniador e hipócrita".

Anteriormente, a deputada chavista Iris Varela disse que era "um dever" do povo venezuelano e da AN "declarar Türk persona non grata", porque, segundo ela, "não serve para proteger os direitos humanos da humanidade" e faz parte de um sistema que é usado para "intervir em países soberanos e colocar de joelhos aqueles que não alinham com eles".

Na opinião da também ex-ministra dos Serviços Penitenciários, o Alto Comissariado "mantém um silêncio escandaloso" sobre "a violação dos direitos humanos" e "todas as atrocidades cometidas (...) no mundo", entre elas, as feitas "contra os venezuelanos".

Portanto, a deputada propôs que o procurador-geral, Tarek William Saab, inicie "processos criminais" contra Türk.

Por sua vez, o deputado Saúl Ortega salientou que, o recente relatório do responsável da ONU procura obter uma "justificação para uma agressão" contra a Venezuela.

Na sexta-feira, o governo venezuelano acusou Türk de explorar "politicamente" os direitos humanos, razão pela qual considera que a sua administração "entrará para a história como uma das mais desastrosas que já passaram" por aquele gabinete da ONU.

Em fevereiro de 2024, o governo venezuelano suspendeu as atividades do gabinete técnico do ACNUDH, criado em setembro de 2019, por suposta parcialidade no seu trabalho, segundo o poder executivo.

No entanto, dois meses depois, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, convidou a delegação do ACNUDH a regressar à Venezuela e propôs que ultrapassasse a "parcialidade no seu trabalho".

A proposta para declarar Volker Türk "persona non grata" surge após o Alto Comissário ter denunciado, na passada sexta-feira, que as liberdades fundamentais na Venezuela sofreram uma deterioração significativa em 2024 e 2025, no contexto das eleições presidenciais, regionais e parlamentares.

Türk recordou que, durante o período que antecedeu as eleições legislativas e regionais de 25 de maio, foram detidas cerca de 70 pessoas, incluindo figuras da oposição, defensores dos direitos humanos e 17 estrangeiros, acusados de pertencerem a um grupo terrorista, alegações que foram rejeitadas pelo Procurador-Geral da Venezuela, Tarek William Saab.

Leia Também: Venezuela decide se declara Alto Comissário da ONU "persona non grata"

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