A liga foi fundada em 2006 e é considerada pela República Popular da China como uma "fação radical" do movimento pró-democracia na Região Administrativa Especial de Hong Kong.
A formação política ficou conhecida pelas campanhas de rua, muitas vezes lideradas pelo ativista Leung Kwok-hung, que se encontra preso.
"O próximo ano vai marcar o 20.º aniversário da Liga Social Democrata. No entanto, não sobreviveremos até esse dia e anunciaremos a nossa dissolução", declarou hoje o partido numa mensagem aos jornalistas.
Os responsáveis políticos disseram ainda que vão anunciar no sábado mais detalhes sobre a dissolução.
O movimento sempre fez campanha pela defesa da democracia em Hong Kong, criticando igualmente a desigualdade social e económica presente na região administrativa especial chinesa.
"Quando o sistema não consegue representar corretamente as exigências do povo e se torna um instrumento da classe dominante, temos de nos apoiar num movimento de massas fora do sistema para exercer pressão sobre os que estão no poder", refere o movimento politico através do portal oficial.
A Liga Social Democrata chegou a deter três lugares no Conselho Legislativo de Hong Kong, o parlamento local.
O declínio começou quando o governo central de Pequim impôs a lei de segurança nacional à Região Administrativa Especial de Hong Kong em 2020, na sequência dos grandes protestos pró-democracia do ano anterior.
A República Popular da China e o governo local de Hong Kong alegaram que a lei era necessária para reprimir a agitação política, mas muitos críticos consideram que a legislação sufocou a dissidência e restringiu os direitos.
A Lei de Segurança Nacional contraria os tratados diplomáticos firmados com o Governo de Londres e que defendiam os direitos, liberdades e garantias aos cidadãos da antiga colónia britânica até 2047.
Membro do Conselho Legislativo de Hong Kong de 2004 a 2017, Leung Kwok-hung, líder da Liga dos Sociais-Democratas, foi detido pela primeira vez em 2021.
Juntamente com 44 outros ativistas pró-democracia, foi condenado no ano passado a seis anos e nove meses de prisão no maior julgamento de sempre em Hong Kong por "minar" a segurança nacional, desencadeando uma onda de protestos internacionais.
O partido tem organizado pequenas manifestações nos últimos anos, sob forte vigilância policial.
Quatro membros do movimento, incluindo o atual líder Chan Po-ying, foram multados este mês por recolherem dinheiro "sem autorização" em campanhas de rua.
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