O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu uma "pausa de duas semanas" no longo julgamento por corrupção que tem a decorrer em tribunal e que deveria ser retomado na segunda-feira, em Jerusalém.
O pedido foi apresentado pelo advogado do primeiro-ministro israelita, Amit Hadad, argumentando que Netanyahu deve dedicar os próximos dias a "questões diplomáticas, nacionais e de segurança", à luz dos "desenvolvimentos regionais e globais".
As questões referidas pelo advogado incluem a gestão da "guerra em Gaza e lidar com a questão dos reféns", lê-se no pedido de Amit Hadad ao Tribunal Distrital de Jerusalém, citado pelo Times of Israel.
Trump saiu em defesa de Netanyahu: "Caça às bruxas"
Antes da divulgação deste pedido do advogado de Netanyahu, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu a anulação imediata do processo judicial contra o primeiro-ministro em Israel, por corrupção, que considerou "uma caça às bruxas" a "um grande herói".
Numa publicação na rede social Truth, repleta de elogios a Benjamin Netanyahu - a quem se refere pela alcunha Bibi -, Trump afirma ter sido informado que este foi convocado para tribunal na segunda-feira, para a continuação do processo que dura desde maio de 2020.
"Inédito! Esta é a primeira vez que um primeiro-ministro israelita em exercício vai a julgamento, politicamente motivado (...) para lhe causar grandes danos. Tal CAÇA ÀS BRUXAS, para um homem que deu tanto, é para mim impensável. Ele merece muito mais do que isso, tal como o Estado de Israel", afirma Trump.
"O julgamento de Bibi Netanyahu deveria ser CANCELADO, IMEDIATAMENTE, ou dado um Perdão a um Grande Herói, que tanto fez pelo Estado", frisa.
Recordando os ataques lançados por Telavive e Washington contra instalações nucleares na última semana, Trump salienta que talvez não haja alguém que conheça "que pudesse ter trabalhado em maior harmonia" consigo do que Bibi Netanyahu.
"Foram os Estados Unidos da América que salvaram Israel, e agora serão os Estados Unidos da América que salvarão Bibi Netanyahu. ESTA ADULTERAÇÃO DE 'JUSTIÇA' NÃO PODE SER PERMITIDA!", adianta.
Na sua publicação, Trump deixa rasgados elogios ao primeiro-ministro israelita e aos resultados dos bombardeamentos.
"Bibi e eu acabámos de passar juntos pelo INFERNO, lutando contra um inimigo de longa data, muito duro e brilhante, de Israel, o Irão, e Bibi não podia ter sido melhor, mais perspicaz ou mais forte no seu AMOR pela incrível Terra Santa", afirma.
"Bibi Netanyahu foi um GUERREIRO, talvez como nenhum outro Guerreiro na História de Israel, e o resultado foi algo que ninguém imaginava ser possível: a eliminação completa de uma das maiores e mais poderosas Armas Nucleares do Mundo, e isso iria acontecer, BREVEMENTE!", adianta Trump.
"Estávamos a lutar, literalmente, pela Sobrevivência de Israel, e não há ninguém na História de Israel que tenha lutado com mais afinco ou competência do que Bibi Netanyahu", frisa.
Em resposta, o líder da oposição israelita, Yair Lapid, do partido de centro-direita, afirmou que o presidente norte-americano "não deve interferir" nos assuntos internos do país e defendeu a independência dos tribunais israelitas.
Recorde-se que Benjamin Netanyahu está a ser julgado em Israel sob acusações de suborno, fraude e abuso de confiança em três casos distintos.
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