Ataque bombista em igreja na Síria faz pelo menos 20 mortos

Vinte pessoas morreram depois de um homem se fazer explodir dentro de uma igreja na capital da Síria, este domingo. A informação já foi confirmada por fontes oficiais do país.

Síria ataque igreja
AnteriorSeguinte

© Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
22/06/2025 18:55 ‧ há 4 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Síria

Um bombista suicida fez-se explodir, este domingo, na igreja de Mar Elias, no bairro de Dweila, em Damasco, na Síria, provocando pelo menos 20 mortos.

 

A informação foi confirmada por fontes de segurança, citadas pela Reuters. Trata-se do primeiro atentado deste tipo na capital da Síria desde que uma coligação liderada pelo grupo radical islâmico sunita Hayat Tahrir al-Sham (HTS) derrubou o regime do antigo presidente Bashar al-Assad, em 08 de dezembro. Desde então, a segurança continua a ser um dos maiores desafios para as novas autoridades sírias.

O Ministério do Interior da Síria disse que o bombista suicida era um membro do Estado Islâmico. O homem entrou na igreja, abriu fogo e depois detonou um colete explosivo. 

Uma fonte de segurança, que falou à agência sob anonimato, disse que outro homem também esteve envolvido no ataque.

A explosão ocorreu no momento em que fiéis rezavam dentro da Igreja Mar Elias. A agência noticiosa estatal da Síria citou o Ministério da Saúde, que adiantou que 52 pessoas também ficaram feridas. 

Um homem no exterior da igreja disse à AFP que "alguém entrou com uma arma" e abriu fogo, acrescentando que as pessoas "tentaram impedi-lo antes de se fazer explodir".

Um homem de 40 anos chamado Ziad, que estava numa loja em frente à igreja, disse ter ouvido tiros e depois uma explosão. "Vimos fogo na igreja e pedaços de bancos de madeira a serem atirados para a entrada", acrescentou.

O ministro da Informação sírio, Hamza Mostafa, condenou o atentando. "Este ato cobarde vai contra os valores cívicos que nos unem", escreveu no X (antigo Twitter). "Reafirmamos o compromisso do Estado de envidar todos os seus esforços para combater organizações criminosas e proteger a sociedade de todos os ataques que ameacem sua segurança", acrescentou.

Já o Ministério dos Negócios Estrangeiro grego divulgou um comunicado no qual condena "inequivocamente o abominável atentado terrorista suicida na Igreja Ortodoxa Grega de Mar Elias, em Damasco, na Síria".

"Exigimos que as autoridades sírias de transição tomem medidas imediatas para responsabilizar os envolvidos e implementem medidas para garantir a segurança das comunidades cristãs e de todos os grupos religiosos, permitindo-lhes viver sem medo", lê-se.

Para o local foram mobilizadas forças de seguranças e socorristas. As imagens mostram a igreja coberta de escombros e sangue. Pode ver as imagens do local do ataque na fotogaleria acima.

França também já condenou o ataque, classificando-o como um "desprezível atentado terrorista" e reiterou "o seu empenhamento numa transição na Síria que permita aos homens e mulheres sírios, independentemente da sua fé, viver em paz e segurança numa Síria livre, unida, plural, próspera, estável e soberana", segundo um comunicado do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.

Também o enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria manifestou-se "indignado" com o ataque, apelando a uma investigação exaustiva por parte das autoridades sírias, que apontam o dedo ao grupo 'jihadista' Estado Islâmico. Geir Pedersen "condena da forma mais veemente possível o ataque terrorista contra a Igreja de Santo Elias" e "expressa a sua indignação perante este crime hediondo", segundo um comunicado, citado pelas agências internacionais.

O presidente sírio, Ahmed al-Sharaa, que liderou a ofensiva contra Assad, tem afirmado repetidamente que protegerá as minorias religiosas.

Este mês, a Síria assinalou meio ano desde a queda do regime de Bashar al-Assad, tendo conseguido que a comunidade internacional levantasse a maioria das sanções que travavam a sua recuperação. No entanto, ainda resta muito por fazer no quadro de uma transição que se estima durar pelo menos cinco anos.

A 08 de dezembro de 2024, após quase 14 anos de guerra civil, uma ofensiva relâmpago de grupos islamitas e da oposição surpreendeu o mundo ao pôr fim, em poucas semanas, a mais de meio século de domínio da família al-Assad, que governava o país desde Hafez al-Assad e, desde 2000, o seu filho Bashar.

Sob as novas autoridades, ligadas à maioria muçulmana sunita, a Síria registou episódios de violência sectária, como o que, em março, causou centenas de mortos entre a minoria alauita, à qual pertencia al-Assad, ou o que, em maio, fez dezenas de vítimas entre os drusos.

Quanto aos curdos sírios, que lideram uma autoproclamada administração autónoma no nordeste do país, foi alcançado em março um acordo com o Governo central para ultrapassar divisões e trabalhar na sua integração no novo Estado sírio, ainda com muito por concretizar.

Enquanto Damasco procura entendimentos com as várias minorias e Israel tenta semear a discórdia entre elas, a comunidade internacional manifesta preocupação com o futuro do grupo jihadista Estado Islâmico, ainda ativo no vasto deserto sírio e, há muito, transformado de aliado em inimigo de al-Sharaa.

[Notícia atualizada às 21h09]

Leia Também: Pelo menos 33 palestinianos mortos hoje em ataques israelitas em Gaza

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas