A informação foi avançada por fontes do Eliseu, que inicialmente não deram mais detalhes sobre o conteúdo da conversa, além de sublinharem que a França apela a uma "desescalada" após os ataques dos EUA a três instalações do programa nuclear iraniano.
Depois dos ataques de sábado à noite, "apelei ao desanuviamento e a que o Irão agisse com a maior contenção possível neste contexto perigoso, para permitir um regresso à via diplomática", disse o presidente francês, na rede social X.
"Diálogo, um compromisso claro do Irão de renunciar às armas nucleares, ou arriscar o pior para toda a região. Só este caminho conduz à paz e à segurança para todos", sublinhou.
Na conversa, Macron voltou também a pedir a Pezeshkian a libertação do casal francês Cécile Kohler e Jacques Paris, ambos detidos no Irão desde 2022, quando se encontravam em viagem de turismo, sob a acusação de espionagem.
Entre os líderes contactados hoje por Macron estão o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, o sultão de Omã, Haitham bin Tariq Al Said, o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed, e o emir do Qatar, Tamim bin Hamad Al Thani, segundo o Palácio do Eliseu.
No final da tarde de hoje, Macron presidirá também a um novo Conselho de Defesa e Segurança Nacional - um órgão que inclui ministros e outros altos funcionários - dedicado à situação no Médio Oriente.
É o terceiro deste tipo desde o início dos ataques militares de Israel contra o Irão, há pouco mais de uma semana, aos quais se juntaram agora os Estados Unidos.
Na sequência dos ataques americanos, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noël Barrot, também se pronunciou hoje, sublinhando, numa mensagem publicada na rede social X, que o seu país "não participou nestes ataques nem no seu planeamento".
"A França está convencida de que a solução duradoura para esta questão reside numa solução negociada no quadro do Tratado de Não Proliferação Nuclear", disse Barrot, e reafirmou a vontade da França de contribuir, juntamente com os seus parceiros, para esta via diplomática.
A par da França, também a Itália e Países Baixos convocaram para hoje os respetivos conselhos de Defesa e Segurança Nacional devido ao agravamento da crise no Médio Oriente na sequência da intervenção dos EUA no Irão, anunciaram os respetivos governos.
Os três países europeus instaram as partes envolvidas na guerra no Médio Oriente a regressarem à mesa das negociações para encontrar uma solução diplomática.
Também o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, apelou hoje ao Irão para que "regresse à mesa das negociações", na sequência dos ataques dos Estados Unidos contra as instalações nucleares de Teerão, sobre os quais foram informados.
"O Irão nunca deve ser autorizado a desenvolver uma arma nuclear e os Estados Unidos tomaram medidas para mitigar esta ameaça", afirmou Starmer, na X, sublinhando que "a estabilidade na região é uma prioridade".
Por sua vez, a alta representante da União Europeia (UE) para as Relações Exteriores, Kaja Kallas, apelou também hoje para que "todas as partes" deem "um passo atrás" para evitar uma nova escalada no Médio Oriente.
"Apelo a todas as partes para que deem um passo atrás, regressem à mesa de negociações e evitem uma nova escalada", afirmou Kallas, depois do bombardeamento dos EUA contra as principais instalações nucleares do Irão.
Os Estados Unidos bombardearam hoje três instalações nucleares importantes no Irão, juntando-se assim à ofensiva lançada por Israel a 13 de junho.
Poucas horas depois, o Irão lançou 40 mísseis contra Israel, acusando os Estados Unidos de "destruir" as possibilidades de uma solução diplomática para a questão nuclear.
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