"Não estamos em guerra com Irão, estamos em guerra com programa nuclear"

O vice-presidente norte-americano sublinhou que os Estados Unidos não pretendiam uma mudança de regime no Irão, tampouco enviar mais tropas para o Médio Oriente, e que ambicionavam a paz "no contexto de não terem um programa de armas nucleares", tendo rejeitado as acusações de que "explodiram" com a diplomacia.

vice-presidente norte-americano, J.D. Vance

© Getty Images

Daniela Filipe
22/06/2025 15:36 ‧ há 3 horas por Daniela Filipe

Mundo

Médio Oriente

O vice-presidente norte-americano, JD Vance, salientou, este domingo, que os Estados Unidos não estão em guerra com o Irão, mas sim "com o programa nuclear do Irão".

 

"Não quero entrar aqui em informações sensíveis, mas sabemos que ontem à noite fizemos recuar substancialmente o programa nuclear iraniano, quer sejam anos ou mais. Não estamos em guerra com o Irão - estamos em guerra com o programa nuclear do Irão. E penso que o presidente tomou medidas decisivas para destruir esse programa ontem à noite", disse, em declarações à ABC News.

Já na NBC News, o responsável assegurou que os Estados Unidos querem "falar com os iranianos sobre um acordo a longo prazo", além de "acabar com o programa nuclear deles".

Disse ainda que os Estados Unidos não pretendiam uma mudança de regime no Irão ou enviar mais tropas para o Médio Oriente, e que ambicionavam a paz "no contexto de não terem um programa de armas nucleares", tendo rejeitado as acusações de que "explodiram" com a diplomacia.

"Os iranianos claramente não são muito bons em guerra. Talvez devessem seguir o exemplo do presidente Trump e dar uma hipótese à paz. Se eles estão a falar a sério, garanto-vos que o presidente dos Estados Unidos também está", disse.

Interromper a navegação no Estreito de Ormuz seria "suicida" para o Irão

O vice-presidente dos Estados Unidos equacionou também que interromper a navegação no Estreio de Ormuz seria "suicida" para o Irão.

"Toda a sua economia passa pelo Estreito de Ormuz. Se querem destruir a sua própria economia e causar perturbações no mundo, acho que essa seria a sua decisão. Mas porque é que o fariam? Não me parece que faça sentido", disse à NBC News.

Saliente-se contudo, que o parlamento iraniano recomendou, este domingo, o fecho deste estreito, que é um dos principais corredores comerciais e económicos do mundo, por onde passam cerca de 20% do petróleo mundial e uma parte significativa do gás natural.

Um bloqueio poderia não só levar a uma escassez de energia entre os países europeus que dependem do petróleo e gás natural que importam dos países do Golfo, mas também à subida exponencial dos preços do petróleo a nível mundial e afetar as cadeias de abastecimento.

Ainda assim, e de acordo com a agência Reuters, o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irão tomará a decisão final, uma vez que esta medida poderá prejudicar o comércio mundial, ao encerrar a passagem entre o Irão e Omã.

O país já ameaçou encerrar o corredor por diversas vezes, mas nunca chegou a fazê-lo, já que está dependente do estreio para exportar a maioria do seu petróleo bruto, à semelhança de outros membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), como a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Kuwait e o Iraque.

Parlamento de Teerão recomenda fecho do Estreito de Ormuz

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O Parlamento iraniano recomendou hoje o fecho do Estreito de Ormuz, cuja decisão final compete ao líder supremo da república islâmica, o ayatollah Ali Khamenei.

Lusa | 15:02 - 22/06/2025

Leia Também: Roma, Paris e Haia convocam Conselhos de Defesa e Segurança Nacional

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