Ativista russa que ajudou ucranianos a escapar condenada por traição

Uma ativista russa que ajudou ucranianos a escapar à invasão russa da Ucrânia foi condenada a 22 anos de prisão por traição e financiamento de terrorismo, revelaram hoje o seu advogado e meios de comunicação social russos.

Incêndio na prisão de Coimbra

© Global Imagens

Lusa
20/06/2025 20:39 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Nadezhda Rossinskaya, também conhecida por Nadin Geisler, liderava um grupo de voluntários chamado "Army of Beauties" ["Exército de Belezas", em português], que afirma ter ajudado a retirar milhares de pessoas de territórios ucranianos ocupados pela Rússia, números que não puderam ser verificados de forma independente.

 

Alguns conseguiram chegar à Ucrânia livre através da região de Belgorod, no sudoeste da Rússia, onde se encontrava o último posto de controlo aberto entre os dois países, realçou o grupo, citado pela agência Associated Press (AP).

Por temer pela sua segurança, Rossinskaya deixou a Rússia e foi para a Geórgia em 2023, mas decidiu regressar a Belgorod meses depois para coordenar uma evacuação complexa, segundo os meios de comunicação russos independentes.

Foi detida em fevereiro de 2024 por uma publicação no Instagram a pedir donativos às forças ucranianas e, posteriormente, foi acusada de traição e financiamento de terrorismo, de acordo com documentos judiciais russos e o seu advogado, Alexey Pryanishnikov.

Rossinskaya negou qualquer irregularidade, e o seu advogado afirmou que não escreveu nem fez a publicação, de acordo com uma transcrição do julgamento compilada pelo veículo de comunicação independente russo Mediazona.

Os procuradores solicitaram uma pena de prisão particularmente severa de 27 anos para Rossinskaya, que foi julgada num tribunal militar em Belgorod.

De acordo com o Mediazona, Rossinskaya respondeu pedindo ao tribunal que a condenasse a 27 anos e um dia de prisão caso fosse considerada culpada, para que a sua pena de prisão pudesse ser a mais longa alguma vez imposta a uma mulher na Rússia moderna.

Darya Trepova, detida por entregar uma bomba em 2023 que matou um blogger pró-guerra em São Petersburgo, está atualmente a cumprir uma pena de 27 anos.

Em setembro, Rossinskaya foi adicionada ao registo russo de "extremistas e terroristas", juntamente com muitas pessoas e grupos que criticaram publicamente a guerra, tentaram angariar dinheiro para a Ucrânia ou ajudar os afetados pelos conflitos.

Os casos criminais ligados a traição, espionagem e cooperação com um Estado estrangeiro aumentaram drasticamente desde a invasão russa em grande escala na Ucrânia, de acordo com uma associação de advogados russos.

Pervy Otdel adiantou que pelo menos 792 pessoas foram a julgamento por acusações relacionadas com a invasão russa, entre fevereiro de 2022 e o final de dezembro de 2024. Mais de 530 foram condenadas.

Leia Também: Putin diz estar "muito preocupado" com hipótese de uma 3.ª guerra mundial

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