As defesas aéreas da Rússia abateram na quinta-feira à noite um total de 62 drones ucranianos de asa fixa sobre nove regiões do país, dois deles perto de Moscovo, informaram hoje as autoridades russas.
Um relatório do Ministério da Defesa, divulgado no Telegram, indicava inicialmente que as antiaéreas tinham destruído um total de 61 drones, um deles perto da capital russa.
Pouco depois, o presidente da Câmara de Moscovo, Sergei Sobyanin, precisou que afinal tinha caído um segundo aparelho perto da capital.
"Destruíram outro drone que voava em direção a Moscovo", escreveu o autarca, no seu canal de Telegram.
O ataque aéreo suspendeu temporariamente as operações nos aeroportos das cidades de Kaluga e Volgogrado, antiga Estalinegrado.
O Ministério da Defesa revelou entretanto que mais de um terço (22) dos drones ucranianos abatidos na última noite foram destruídos sobre a região de Oryol, a cerca de 40 quilómetros do ponto mais próximo da fronteira com a Ucrânia.
Na quinta-feira, as autoridades da Ucrânia e da Rússia asseguraram ter destruído, de cada lado, mais de 80 drones lançados contra os seus territórios durante as horas anteriores, no âmbito da guerra iniciada com a invasão russa em 2022.
Conflito intensificou-se na última semana após ataque russo
O conflito, entre a Rússia e a Ucrânia, que teve início com a invasão russa em 2022, sofreu um agravamento nesta última semana após o ataque lançado pela Rússia na noite de segunda-feira.
Para Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, este foi "um dos maiores" ataques desde o início da guerra, com 440 'drones' iranianos e 32 mísseis, que causaram 10 mortos e mais de 100 feridos.
Num encontro com o primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, no âmbito da cimeira do G7, que decorre em Kananaskis, no Canadá, Zelensky referiu que o ataque russo tinha sido dirigido principalmente "contra infraestruturas e a população".
"É uma grande tragédia", afirmou o Presidente ucraniano, que também reiterou que a Ucrânia "está pronta para negociações de paz e um cessar-fogo sem condições".
Entretanto, o coordenador humanitário das Nações Unidas para a Ucrânia, Matthias Schmale, condenou os ataques contra Kyiv, Odessa e Zaporijia, defendendo que "o povo da Ucrânia não deveria ter de se refugiar em abrigos noite após noite".
"Todos os dias, a guerra causa estragos devastadores aos civis", disse, num comunicado, recordando que "os ataques a civis e infraestruturas civis são proibidos pelo direito internacional humanitário".
"Os civis, incluindo as crianças, nunca devem ser alvo", reiterou, pedindo: "Não devemos normalizar a guerra".
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
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