O "Balanço Ético Global" (Global Ethical Stocktaking, em inglês) visa organizar, nos próximos meses, diálogos regionais com cidadãos de áreas da ciência, política, cultura e religião, e nos quais vozes anteriormente marginalizadas, como as dos povos indígenas, sejam representadas.
Os encontros serão organizados em diálogos regionais, com até 30 participantes por região, para discutir medidas essenciais para combater a crise climática.
O resultado desses diálogos será compilado num relatório global a ser entregue em outubro à ONU e ao Brasil, país anfitrião da COP30.
Entre os temas a serem discutidos estão a necessidade de conter o aumento da temperatura global e triplicar a produção de energia renovável. Estes compromissos foram assumidos em conferências anteriores mas ainda aguardam implementação.
A ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, disse que o processo procura responder a uma "demanda muito grande" de participação da sociedade civil, além de ajudar a implementar os compromissos já assumidos no Acordo de Paris, que completa 10 anos em 2025.
Segundo a ministra, os governos já têm todas as "respostas técnicas" para enfrentar a crise climática, mas carecem de um "compromisso ético" para colocá-las em prática.
O conselheiro especial para a ação climática do Secretário-Geral das Nações Unidas, Selwin Hart, acrescentou que o processo vai ajudar a colocar as pessoas "no centro" da transição energética e a fazer justiça aos que mais sofrem com a crise.
"Será fundamental que os novos compromissos nacionais de combate às alterações climáticas integrem plenamente as conclusões do Balanço Ético Global", afirmou.
O primeiro dos encontros regionais será realizado na próxima semana em Londres. Seguem-se sessões em Nova Deli (Índia), Bogotá (Colômbia) e nas Ilhas Fiji, durante o mês de agosto. Outros debates estão previstos para o continente africano (local ainda a ser definido) e Nova Iorque (EUA), em setembro.
Além do relatório, o Brasil lançou outros círculos de discussão com os presidentes das COPs anteriores e com os ministros das Finanças em preparação para a conferência de Belém.
Leia Também: ONU alerta que onda de instabilidade no Médio Oriente ameaça progresso