"Por favor, pare de agir como defensora do agressor. Como pode expressar preocupação com o programa [nuclear] pacífico do Irão, que está sob as mais rigorosas inspeções da AIEA [Agência Internacional da Energia Atómica], e ignorar o facto de que o regime israelita possui um enorme arsenal de armas nucleares?", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ismail Baghaei, numa mensagem publicada na rede social X.
Baghaei reagiu assim à mais recente publicação de Kallas na conta da rede social X, em que esta afirmava: "Todos concordamos que o Irão nunca devia ter tido armas nucleares".
A chefe da diplomacia europeia pediu também uma "redução do conflito", assegurando ainda que a UE "fará a sua parte nos esforços diplomáticos".
No entanto, o porta-voz do MNE iraniano retorquiu: "Como se pode falar em 'redução do conflito' sem condenar o agressor e instá-lo a pôr fim à agressão e aos crimes de guerra?".
Pelo menos 232 pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas nos ataques com mísseis iniciados por Israel a 13 de junho contra o Irão.
A República Islâmica respondeu com repetidas vagas de ataques com mísseis e drones (aeronaves não-tripuladas) contra Israel, matando 24 pessoas e ferindo 647, de acordo com o serviço de emergência israelita Magen David Adom.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE defenderam hoje que Israel e o Irão devem resolver as divergências por meios diplomáticos e apelaram a todas as partes para que respeitem o direito internacional, ajam com moderação e evitem ações que possam descontrolar-se.
"Todos concordamos com a necessidade urgente de evitar a escalada [do conflito]. O Irão não pode ter uma bomba nuclear, e a diplomacia é a solução para o evitar, e a UE fará a sua parte", sustentou Kallas numa conferência de imprensa.
Leia Também: Wall Street no 'vermelho' com conflito entre Israel e Irão