"Estamos a acompanhar de perto os ataques de Israel contra o Irão e profundamente preocupados com as possíveis consequências graves dessas ações", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, numa conferência de imprensa em Pequim.
O responsável reiterou a oposição da China a "qualquer ação que viole a soberania, a segurança ou a integridade territorial do Irão" e que contribua para "aumentar as tensões e alargar o conflito".
Lin instou todas as partes relevantes a "fazer mais pela paz e estabilidade" e a evitar medidas que possam agravar ainda mais a situação. "Uma intensificação súbita do conflito não favorece nenhuma das partes", advertiu.
Pequim manifestou ainda disponibilidade para "desempenhar um papel construtivo" na contenção da escalada e promoção do diálogo, em linha com a sua tradicional posição de neutralidade ativa nos conflitos da região.
O porta-voz escusou-se a comentar eventuais cenários, como o possível encerramento do estreito de Ormuz por parte do Irão, mas reiterou que "uma nova escalada não beneficia ninguém" e exortou todas as partes a evitarem provocações.
O ataque israelita, que segundo Teerão provocou dezenas de mortos, incluindo altos responsáveis militares e pelo menos seis cientistas nucleares, teve como alvos instalações estratégicas, como a central de enriquecimento de urânio de Natanz. Foram também reportadas várias vítimas civis.
Israel justificou a ofensiva alegando que o regime iraniano está a desenvolver, em segredo, um programa para fabricar armas nucleares.
O líder supremo iraniano, Ali Khamenei, prometeu uma "resposta severa" e afirmou que o ataque expôs a "natureza maligna" de Israel.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também expressou preocupação com o bombardeamento, numa altura em que decorrem conversações entre o Irão e os Estados Unidos sobre o programa nuclear iraniano.
Leia Também: Bolsas europeias em queda com conflito Israel/Irão