O apelo aos líderes mundiais para a inclusão das comunidades na governação dos oceanos foi apresentado no plenário da Conferência pela organização portuguesa Oikos.
Exige, segundo um comunicado da Oikos, uma governação mais justa, inclusiva e "enraizada nas vozes das comunidades costeiras que vivem e protegem o mar todos os dias".
José Luís Monteiro, coordenador de projeto da Oikos, representou a coligação, composta por comunidades piscatórias de pequena escala, povos indígenas, jovens e organizações locais.
A "Carta Aberta da Sociedade Civil", recomenda, nomeadamente, a participação ativa das comunidades locais na criação e cogestão de Áreas Marinhas Protegidas, uma moratória global sobre a mineração em mar profundo, e a valorização e integração do conhecimento tradicional e local em todas as etapas das políticas oceânicas.
Compreende também a proteção de jovens ativistas, permitindo-lhes defender o Oceano e a justiça climática sem medo de represálias.
"Não se trata de apelos simbólicos -- são soluções práticas, baseadas na experiência de quem vive e depende diariamente do Oceano", afirmou José Luís Monteiro em Nice e citado no comunicado.
O documento, destacou o responsável, "representa a rara oportunidade de trazer para a ribalta as vozes das organizações de base e das comunidades que representam".
A organização não-governamental portuguesa tem desenvolvido projetos de conservação comunitária do Oceano em países como São Tomé e Príncipe, Moçambique, Honduras e Portugal. E diz que os desafios enfrentados pelas comunidades costeiras são comuns, independentemente da geografia: exclusão dos processos decisórios, ameaças ambientais e falta de reconhecimento do seu papel vital na proteção dos recursos marinhos.
A UNOC3 começou na segunda-feira em Nice e termina na sexta-feira.
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