Detidos 20 manifestantes em Los Angeles por violarem recolher obrigatório

A polícia de Los Angeles revelou hoje que deteve mais de 20 pessoas, na maioria por violações do recolher obrigatório, na primeira noite de restrições no centro da cidade, a maior do estado norte-americano da Califórnia.

Protestos, Los Angeles

© Mario Tama/Getty Images

Lusa
11/06/2025 18:54 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Los Angeles

Na sexta noite de protestos contra a repressão da imigração pelo executivo do Presidente Donald Trump, as autoridades indicaram ter usado, durante a noite e madrugada, projéteis de controlo de multidões para dispersar centenas de manifestantes, dando conta de menos confrontos envolvendo agentes da polícia, relativamente às noites anteriores.

 

A violência das últimas noites, associada a vandalismo e roubos, levou a presidente de câmara democrata Karen Bass a impor um recolher obrigatório entre as 20:00 e as 06:00 locais em alguns quarteirões da baixa de Los Angeles.

O recolher obrigatório na cidade, a segunda maior dos Estados Unidos, abrange 2,5 quilómetros quadrados, incluindo o epicentro dos protestos iniciados na sexta-feira, que levaram o executivo Trump a enviar para a cidade militares da Guarda Nacional apesar da oposição do governador do estado da Califórnia.

A área metropolitana de Los Angeles tem aproximadamente 1.295 quilómetros quadrados.

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, acusou hoje Donald Trump de "descarado abuso de poder" pelo envio de 4.000 membros da Guarda Nacional e 700 fuzileiros para as ruas de Los Angeles.

"Atiçou ainda mais as chamas e fê-lo de propósito", afirmou o governador, referindo-se a Trump.

"Não queremos as nossas ruas militarizadas pelo nosso próprio exército. Não em Los Angeles, na Califórnia ou noutro lado qualquer", sublinhou Newsom.

O democrata criticou a mobilização de militares treinados para o combate no estrangeiro contra a vontade das autoridades estaduais e disse que Trump não está a proteger as comunidades, mas sim a traumatizá-las.

"Estamos a ver carros à paisana em parques de estacionamento de escolas", apontou, referindo que a agência ICE (Immigration and Customs Enforcement, serviço de alfândega e fronteiras) não está a ir atrás de criminosos mas sim de alunos, jardineiros e costureiras.

"Se alguns de nós podem ser levados do meio da rua sem mandado de captura, com base apenas em suspeitas ou cor da pele, então nenhum de nós está em segurança", declarou Gavin Newsom.

O governador instou os californianos a protestarem de forma pacífica e referiu que os grupos isolados de infratores que estão a vandalizar e saquear lojas serão castigados.

Newsom revelou que foram detidas 220 pessoas ligadas a estes incidentes, sublinhando, cujo perímetro disse não ir além de "meia dúzia de ruas".

Newson antecipou que Trump irá abusar da autoridade também noutros estados, por ser "um Presidente que não quer ser limitado" por leis ou pela Constituição.

"A Califórnia pode ser a primeira, mas não vai acabar por aqui (...). A democracia está sob assalto diante dos nossos olhos. O momento que temíamos chegou", afirmou.

A procuradora-geral norte-americana advertiu hoje que a administração Trump não receia "ir mais longe" para conter os protestos contra as rusgas de imigrantes ilegais.

"Estamos num bom momento. Não temos medo de ir mais longe. Não temos medo de fazer algo diferente, se necessário", afirmou Pam Bondi, citada pela CNN, numa altura em que Donald Trump ameaça invocar a Lei de Insurreição, que permite o envio de militares para as ruas.

Nas últimas horas, o Presidente norte-americano afirmou que está disposto a invocar esta legislação, o que não acontece desde 1807, e classificou como "insurrectos" financiados para protestar contra as rusgas e detenções levadas a cabo pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE).

Diante da possibilidade de distúrbios dessa magnitude, outro estado com um alto índice de população migrante, como o Texas, governado pelo republicano Greg Abbott, ordenou o destacamento da Guarda Nacional.

Leia Também: Governo dos EUA admite "ir mais longe" contra protestos

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