Relatório: Empresas ocidentais usufruem de trabalho forçado na China

Uma organização não-governamental (ONG) revelou hoje que empresas ocidentais podem estar a usar materiais produzidos por trabalho forçado na China, na semana em que China e Estados Unidos iniciaram negociações para ultrapassar a guerra comercial.

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Lusa
11/06/2025 15:21 ‧ ontem por Lusa

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Um relatório da Global Rights Compliance, com sede nos Países Baixos, revelou que várias marcas globais estão entre as dezenas de empresas que correm o risco de utilizar trabalho forçado nas suas cadeias de abastecimento chinesas porque utilizam minerais essenciais ou compram produtos à base de minerais provenientes da região de Xinjiang, no oeste da China.

 

O documento refere que empresas como a Avon, a Walmart, a Nescafe, a Coca-Cola e a fornecedora de tintas Sherwin-Williams podem estar ligadas ao titânio proveniente de Xinjiang, onde grupos de defesa dos direitos humanos alegam que o Governo chinês mantém práticas laborais coercivas que visam predominantemente os uigures muçulmanos e outras minorias turcas.

O relatório encontrou 77 fornecedores chineses nas indústrias de titânio, lítio, berílio e magnésio a operar em Xinjiang.

De acordo com esta organização, os fornecedores correm o risco de estar a participar nos "programas de transferência de mão-de-obra" do Governo chinês, nos quais os uigures são forçados a trabalhar nas fábricas como parte de uma longa campanha de assimilação e detenção em massa.

Tintas comerciais, copos térmicos e componentes para as indústrias aeroespacial, automóvel e de defesa estão entre os produtos vendidos internacionalmente cujas cadeias de abastecimento podem rastrear minerais de Xinjiang, segundo o relatório.

O relatório foi divulgado no momento em que a China e os Estados Unidos, as duas maiores economias do mundo, disseram que concordaram em pontos essenciais para retomar as negociações comerciais, com vista a uma solução para a guerra comercial iniciada por Washington há pouco mais de dois meses com a imposição de tarifas por parte da administração liderada por Donald Trump a diversos países, à qual a China respondeu com as suas próprias contramedidas.

Na terça-feira, os dois lados concluíram dois dias de negociações em Londres, que se concentraram em conseguir uma forma de resolver desacordos sobre as exportações de minerais e tecnologia.

Questionado sobre o relatório, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse que "nunca ninguém foi transferido à força em Xinjiang, na China, no âmbito de programas de trabalho".

"A alegada alegação de trabalho forçado na região de Xinjiang, na China, não é mais do que uma mentira inventada por certas forças anti-China. Instamos a organização relevante a parar de interferir nos assuntos internos da China e de minar a prosperidade e a estabilidade de Xinjiang sob o pretexto dos direitos humanos", disse o porta-voz do ministério, Lin Jian.

Esta revelação acontece no dia em que o Presidente norte-americnao, Donald Trump, anunciou que os Estados Unidos começaram a chegar a um acordo de princípio, na área comercial, com a China.

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