Moscovo acusa Kyiv de adiar indefinidamente troca de prisioneiros

A Rússia acusou hoje a Ucrânia de ter adiado a troca de prisioneiros e de milhares de soldados mortos que deveria ter ocorrido neste fim de semana, indicou o chefe da equipa negocial russa, Vladimir Medinski.

Kremlin, Moscovo, Rússia

© REUTERS/Evgenia Novozhenina/File Photo

Lusa
07/06/2025 12:42 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

O acordo nesse sentido fora alcançado após a segunda sessão de negociações entre a Rússia e a Ucrânia em Istambul, na Turquia.

 

"A parte ucraniana adiou inesperadamente a receção dos corpos e a troca de prisioneiros de guerra para uma data indeterminada. Apresentaram diversas razões e todas bastante estranhas", afirmou Medinski, na rede social Telegram.

Medinski garantiu que a parte russa, "em estrita conformidade com o acordado em Istambul", começou sexta-feira a cumprir o acordo humanitário de entregar à Ucrânia 6.000 corpos de militares do Exército ucraniano mortos em combate, bem como de trocar militares feridos e gravemente doentes e prisioneiros de guerra com menos de 25 anos".

"O primeiro lote de cadáveres congelados de soldados das Forças Armadas da Ucrânia, 1.212 corpos, já chegou em camiões frigoríficos ao local da troca. Os restantes estão a caminho", afirmou, indicando que o grupo de contacto do Ministério da Defesa russo já se encontra na fronteira.

Medinski apelou a Kyiv para "cumprir rigorosamente o cronograma e todos os acordos alcançados, e efetuar a troca imediatamente".

"Permitamos, tal como foi acordado, que 1.200 soldados e oficiais de cada lado tenham a oportunidade de regressar a casa", acrescentou.

Além disso, apelou para que se recolham os corpos dos 6.000 soldados e oficiais do Exército ucraniano "para que as suas famílias possam dar-lhes um enterro digno".

"Estamos no local acordado. Estamos prontos para trabalhar. As televisões, as agências de notícias e os correspondentes dos meios de comunicação estrangeiros podem vir e verificar pessoalmente que é assim. A Rússia cumpre sempre a sua palavra", concluiu.

Na quarta-feira, o Presidente ucraniano anunciou que Kyiv e Moscovo iriam trocar 500 prisioneiros de guerra, de cada lado, no fim de semana, depois de terem concordado, dois dias antes, libertar os feridos, gravemente doentes ou com menos de 25 anos.

A Rússia e a Ucrânia já tinham acordado trocar mil prisioneiros de cada lado no primeiro encontro direto entre representantes dos dois países em três anos, também realizado em Istambul, a 16 de maio.

A troca, a maior de toda a guerra, aconteceu dias depois, em três fases.

Zelensky tem criticado duramente a composição da delegação russa, liderada, nas duas rondas, por um conselheiro presidencial júnior, considerando-a "não adequada" para decidir sobre um cessar-fogo.

"Continuar com reuniões diplomáticas em Istambul a um nível que não permite resolver alguma coisa não faz sentido", disse, reiterando a vontade de se encontrar com os homólogos russo, Vladimir Putin, e norte-americano, Donald Trump, com a presença do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, para avançar com conversações de paz.

"Estamos prontos para tal reunião a qualquer momento", garantiu, acrescentando que "oferecerá um cessar-fogo aos russos antes de os líderes se encontrarem".

No entanto, o Presidente ucraniano avisou que as condições apresentadas pela delegação russa "são inaceitáveis".

Na reunião de segunda-feira, Moscovo apresentou uma lista de exigências para aceitar um cessar-fogo, entre as quais se incluíam a retirada das forças ucranianas das regiões anexadas pela Rússia, a não entrada de Kyiv na NATO e a limitação do tamanho do exército da Ucrânia.

"Isto é um ultimato que o lado russo nos está a dar", denunciou Zelensky, defendendo que a Rússia deve ser forçada a aceitar a diplomacia para pôr fim à guerra.

Para Zelensky, Moscovo está a tentar ganhar tempo, enquanto o exército avança na linha da frente, e está a manter negociações apenas para agradar a Donald Trump.

Leia Também: Ataque russo com drones e mísseis faz pelo menos quatro mortos em Kyiv

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