Os fundos, explicou a Comissão Europeia num comunicado, servirão para desenvolver projetos nos setores da energia, educação, saúde e agricultura, bem como para aumentar o acesso ao financiamento para a população mais vulnerável.
A UE também pretende apoiar as instituições públicas e promover a responsabilização e a luta contra a impunidade após a guerra civil que assolou o país com o início da "Primavera Árabe", a vaga revolucionária que abalou vários países do mundo árabe em 2011.
Desde a queda de Al-Assad em dezembro passado e a chegada ao poder de Ahmad al-Sharaa, a UE tem vindo a levantar gradualmente as sanções à Síria para impulsionar a recuperação económica do país e promover a transição política.
"A Síria encontra-se num momento crucial da sua história: um momento de verdadeira oportunidade para deixar para trás um passado marcado pelo conflito e avançar para um futuro baseado na paz, na estabilidade e na esperança", afirmou a comissária europeia para o Mediterrâneo, Dubravka Suica.
A UE declarou manter o "firme compromisso de apoiar os sírios nesta fase crucial, ajudando-os a reconstruir o seu país, revitalizar a economia, criar emprego e lançar as bases para um futuro estável, próspero e inclusivo", prosseguiu a representante.
Em março, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou o compromisso da UE para disponibilizar quase 2,5 mil milhões de euros para 2025 e 2026 para ajudar o processo de transição da Síria e a recuperação socioeconómica do país, ao mesmo tempo que responde às necessidades humanitárias urgentes, tanto na Síria como nas comunidades de acolhimento na Jordânia, Líbano, Iraque e Turquia.
Após quase 14 anos de guerra na Síria, grupos armados liderados pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS) - anteriormente afiliada ao grupo terrorista Al-Qaida - tomaram Damasco em 08 de dezembro e depuseram o Presidente Bashar al-Assad, que fugiu para a Rússia.
Desde 2011, a UE e os seus Estados-membros -- os principais doadores de ajuda a nível mundial -- mobilizaram cerca de 37 mil milhões de euros em ajuda humanitária, ao desenvolvimento, à economia e à estabilização da crise síria.
Estima-se que os anos de conflito na Síria tenham levado à deslocação de cerca de metade da população, tanto dentro como fora do país, e que o número de pessoas que necessitam de assistência humanitária tenha chegado aos 16,7 milhões de pessoas em 2024, um máximo histórico desde o início da crise em 2011.
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