"Vamos aumentar as tarifas sobre o aço nos Estados Unidos de 25% para 50%, o que dará ainda mais segurança à indústria no país", anunciou Trump, num comício em Pittsburgh, na Pensilvânia, em 31 de maio, onde celebrou o acordo de investimento entre a siderurgia japonesa Nippon Steel e a empresa norte-americana U.S. Steel.
O preço dos produtos siderúrgicos aumentou cerca de 16% desde que o republicano se tornou presidente, de acordo com o índice de preços no produtor do governo.
O anúncio do líder republicano surgiu apenas um dia depois de um tribunal de recurso ter levantado um bloqueio do Tribunal de Comércio Internacional (TCE) a grande parte da política tarifária de Trump sobre as importações de vários países.
Este bloqueio não terá afetado as tarifas sobre o aço, mas sim as anunciadas em 02 de abril, que consistem numa tarifa global de 10% sobre praticamente todos os parceiros comerciais dos EUA.
Além disso, terá também bloqueado uma parcela --- que estava congelada até julho para a assinatura de acordos --- que varia de país para país com base nos défices e volumes comerciais e a que a Casa Branca chamou "tarifas recíprocas".
Os EUA têm um défice comercial com o resto do mundo há 49 anos consecutivos.
Desde que regressou à Casa Branca (presidência), em janeiro, Trump anunciou medidas tarifárias contra a grande maioria dos parceiros comerciais dos Estados Unidos, algumas das quais foram suspensas temporariamente até 09 de julho, devido à reação negativa dos mercados.
As medidas em vigor incluem tarifas de 25% sobre o aço, o alumínio e os seus derivados, 25% sobre os automóveis importados e certas peças automóveis, juntamente com uma tarifa de base de 10% aplicável a todos os seus parceiros comerciais.
Na sequência da imposição dos direitos aduaneiros, os Estados Unidos já celebraram acordos comerciais com o Reino Unido e a China para reduzir as taxas e aumentar o acesso a esses mercados.
A União Europeia (UE) lamentou "profundamente" as novas taxas, indicando que "prejudicam os esforços em curso para chegar a uma solução negociada".
"Se não for encontrada nenhuma solução mutuamente aceitável", as "contramedidas" europeias "entrarão automaticamente em vigor em 14 de julho, ou mesmo antes, se as circunstâncias o exigirem", disse um porta-voz da UE citado pela agência France-Presse (AFP), sublinhando que o bloco comunitário estava "pronto" para retaliar
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