Equador autoriza instalação de bases militares estrangeiras no país

O Parlamento do Equador aprovou hoje uma reforma constitucional que permite a instalação de bases militares estrangeiras em solo equatoriano, uma medida que ainda tem de ser aprovada por referendo.

Equador, bandeira

© iStock

Lusa
03/06/2025 23:48 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Equador

A fim de reforçar a luta contra o tráfico de droga, que mergulha o país sul-americano na violência, o Presidente Daniel Noboa propôs, em outubro, alterar a Constituição para levantar a proibição de bases militares estrangeiras no país.

 

Até 2009, os Estados Unidos tinham tropas estacionadas numa base militar da Força Aérea Equatoriana (FAE) no porto de Manta, no sudoeste do país, para operações militares de combate à droga.

Em abril, Noboa, que acaba de ser reeleito, disse que tinha pedido ajuda militar ao Presidente dos EUA, Donald Trump.

Adiantou ainda que tinha formado uma "aliança estratégica" com a empresa de segurança privada Academi, dirigida por Erik Prince, fundador da Blackwater e reputado como próximo de Trump.

A reforma constitucional foi adotada por uma maioria de 82 dos 151 deputados, após um segundo e último debate.

"É uma contribuição decisiva para a segurança, contra o crime transnacional e para o regresso da paz ao Equador", afirmou o Parlamento equatoriano no X.

O Tribunal Constitucional terá agora de examinar o texto da reforma, que será submetido a referendo, a convocar pelo Presidente Noboa no prazo de 45 dias, de acordo com a atual Constituição, em vigor desde 2008.

Situado entre a Colômbia e o Peru - os maiores produtores de cocaína do mundo - e com portos estratégicos no Pacífico, o Equador tem sido palco de violentos confrontos relacionados com a droga nos últimos anos.

A taxa de homicídios aumentou de 6 por 100.000 habitantes em 2018 para 38 por 100.000 em 2024, após um recorde de 47 em 2023.

Na sua tomada de posse em 24 de maio o Presidente equatoriano afirmou que o seu mandato seria regido pela transparência e pelo combate ao crime organizado e à corrupção e avisou que combaterá "as oligarquias que sempre enriqueceram à custa do Estado".

Em 13 de maio, o Equador destacou mais de 1.500 militares para capturar dissidentes da antiga guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que mataram na sexta-feira 11 soldados durante uma operação contra a mineração ilegal,

Nessa altura, membros do grupo "Comandos de Fronteira" emboscaram um esquadrão do exército equatoriano na província oriental de Orellana, que faz fronteira com a Colômbia e o Peru.

Este é um dos grupos que surgiram das antigas FARC que rejeitaram o acordo de paz assinado por estas em 2016 e se recusaram a depor as armas, continuando com as suas atividades criminosas, incluindo o tráfico de droga e a mineração ilegal.

Leia Também: Detido em Espanha fugitivo procurado pelo assassínio da filha de 16 anos

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas