"O futuro da Geórgia está nas mãos dos georgianos. O progresso da Geórgia na via europeia só pode basear-se nos valores europeus", escreveu António Costa numa publicação na rede social X.
Dando conta de uma conversa telefónica com a Presidente da Geórgia, a pró-europeia Salome Zourabichvili, o líder da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado da UE indicou que ambos discutiram "a situação política no país, incluindo as próximas eleições locais em outubro".
Em fevereiro passado, a Comissão Europeia criticou a Geórgia pelo "afastamento das normas democráticas" ao nível da liberdade de expressão e de manifestação, exigindo às autoridades do país candidato à UE e a libertação de jornalistas e ativistas.
"Estamos a assistir ao afastamento das autoridades georgianas das normas democráticas. A adoção precipitada de alterações ao Código das Infrações Administrativas, ao Código Penal e à Lei das Assembleias e Manifestações terá efeitos de grande alcance na sociedade georgiana e irão prejudicar significativamente os direitos à liberdade de expressão, à liberdade de reunião e à liberdade dos meios de comunicação social", indicaram a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, e a comissária do Alargamento, Marta Kos, numa declaração então publicada.
"Estes desenvolvimentos representam um grave retrocesso no desenvolvimento democrático da Geórgia e ficam aquém das expectativas de um país candidato à UE", acrescentaram a Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança e a responsável europeia pela tutela do Alargamento.
Kallas e Kos exigiram, na mesma nota, que as autoridades da Geórgia "libertem todos os jornalistas, ativistas e presos políticos detidos injustamente", bem como assegurem um "diálogo com todas as forças políticas e representantes da sociedade civil".
"A UE continua disposta a apoiar todos os esforços no sentido de um futuro democrático, estável e europeu para a Geórgia", concluíram.
A Geórgia tem vindo a ser palco de violentas manifestações desde que o partido Sonho Georgiano reivindicou a vitória nas eleições do outono passado e suspendeu as negociações para a adesão à UE.
Centenas de manifestantes, bem como vários militantes dos direitos humanos, jornalistas e políticos foram detidos desde o início das manifestações.
A Geórgia candidatou-se à adesão à UE em março de 2022, tendo-lhe sido concedido o estatuto de país candidato em dezembro de 2023.
O processo de adesão foi interrompido em 2024.
A UE e a Geórgia também cooperam no contexto da Parceria Oriental.
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