O homem de 33 anos foi considerado culpado de homicídio, atos de tortura e sequestros entre 2012 e 2014, no final de um julgamento realizado no tribunal de Estugarda, no sudoeste da Alemanha.
As audiências, que começaram a 15 de outubro de 2024, permitiram ouvir 30 testemunhas, a maioria originárias da Síria e vindas de todo o mundo, incluindo algumas do Brasil, Bélgica, Países Baixos e todas as regiões da Alemanha, precisou o tribunal num comunicado.
O acusado é descrito pela justiça como o líder de uma milícia muçulmana xiita que atuava em Bosra al-Sham, uma cidade no sul do país, e era apoiada pelo movimento islâmico Hezbollah, com sede no Líbano.
Segundo o tribunal, este grupo de combatentes apoiou ativamente o regime do antigo ditador Bashar al-Assad, derrubado em dezembro passado, "cometendo vários ataques, aterrorizando a população civil sunita local, considerada opositora ao regime, a fim de a intimidar e expulsar da cidade da forma mais definitiva possível".
O sírio foi condenado sobretudo por ter, durante um ataque em agosto de 2012, morto um estudante de 21 anos, cuja casa também foi saqueada, destruída e incendiada.
O antigo miliciano também foi considerado culpado por ter capturado e maltratado fisicamente residentes sunitas durante os dois anos seguintes e por os ter entregue aos serviços de inteligência militar sírios, que os torturaram posteriormente.
A Alemanha já levou a julgamento vários autores de crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos fora do seu território, nomeadamente sírios e iraquianos, em nome do princípio jurídico da competência universal.
Também se realizaram julgamentos sobre os abusos cometidos pelo regime sírio ou por grupos a ele ligados noutros países europeus, nomeadamente em França e na Suécia.
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