Uma reunião tripartida vai acontecer entre o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, o seu homólogo egípcio, Badr Abdelatty, e o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi.
A reunião acontece um dia depois da publicação de um relatório da agência da ONU demonstrando que o Irão aumentou a sua produção de urânio enriquecido para 60%, um nível mais próximo dos 90% necessários para o fabrico de armas nucleares.
Durante a sua visita ao Cairo, Araghchi irá também encontrar-se com o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, de acordo com a agência de notícias oficial iraniana Tasnim.
O Irão retaliará se os países europeus explorarem o relatório da AIEA para fins políticos, alertou Teerão no domingo. Este relatório foi divulgado enquanto Washington e Teerão estão em negociações há várias semanas para tentar chegar a um novo acordo.
No sábado, o Irão declarou ter recebido elementos de uma proposta norte-americana após cinco rondas de negociações, mediadas por Omã, afirmando que iria responder adequadamente.
Hoje, Teerão instou os Estados Unidos a darem garantias para o levantamento das sanções que estão a estrangular a economia do país, com vista a um eventual acordo nuclear.
"Queremos garantias de que as sanções serão de facto suspensas", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmail Baghai.
"Até à data, o lado norte-americano não quis esclarecer esta questão", acrescentou Baghai.
A França, o Reino Unido e a Alemanha, juntamente com a Rússia e a China, eram membros de um acordo para regular o programa nuclear iraniano, concluído com o Irão em 2015, do qual os Estados Unidos se retiraram unilateralmente três anos depois, durante o primeiro mandato do Presidente norte-americano, Donald Trump.
A AIEA realizará uma reunião do Conselho de Governadores em Viena, Áustria, entre 09 e 13 de junho, na qual serão revistas as atividades nucleares do Irão.
Os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, e Israel, inimigo do Irão e considerado pelos especialistas como a única potência nuclear do Médio Oriente, suspeitam que Teerão pretende construir armas nucleares.
O Irão nega ter tais ambições militares, mas insiste no seu direito à energia nuclear civil, particularmente para fins energéticos, ao abrigo do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), do qual é signatário.
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