"Eu disse-lhe que isso seria inapropriado fazer agora, porque estamos muito perto de uma solução", disse Trump aos jornalistas na Casa Branca, referindo-se ao desenvolvimento das negociações para um novo acordo nuclear com Teerão.
"Isto pode mudar a qualquer momento. Pode mudar com um telefonema. Mas, neste momento, acho que eles [Irão] querem fechar um acordo. E, se conseguirmos fechar um acordo, [isso] salvaria muitas vidas", acrescentou Trump, mostrando-se otimista sobre um entendimento com Teerão nas próximas semanas.
Os comentários de Trump foram feitos quando o diretor da Agência Internacional de Energia Atómica, Rafael Grossi, admitiu que essas negociações prosseguem, o que considera um sinal positivo.
Grossi disse que mantém conversações quase diárias com o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, e também com Steve Witkoff, enviado dos Estados Unidos para o Médio Oriente.
Grossi reconheceu que um dos seus representantes esteve hoje em Teerão.
As autoridades iranianas identificaram esse responsável da agência atómica das Nações Unidas como Massimo Aparo, responsável pela divisão que envia inspetores ao Irão para monitorizar o seu programa, que agora enriquece urânio com até 60% de pureza --- um pequeno passo técnico em relação aos níveis de 90% necessários para produzir armas nucleares.
Até ao momento, o Irão e os EUA realizaram cinco rondas de negociações em Mascate, Omã e Roma, mediadas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Omã, Badr al-Busaidi.
As negociações procuram limitar o programa nuclear do Irão em troca do levantamento de algumas das sanções económicas que os EUA impuseram à República Islâmica.
Trump ameaçou repetidamente lançar ataques aéreos, caso não seja alcançado um acordo.
Se for alcançado um acordo, o Irão poderá permitir que a agência de energia atómica da ONU tenha inspetores norte-americanos nas suas equipas durante as inspeções.
Contudo, esta semana o chefe da Guarda Revolucionária paramilitar do Irão lançou um novo aviso aos EUA, enquanto as negociações prosseguem.
"Com os dedos no gatilho, estamos numa emboscada e à espera", disse o general Hossein Salami, acrescentando que, se os norte-americanos "cometerem um erro, receberão imediatamente respostas que os farão esquecer completamente o passado".
Apesar das tensões, Grossi disse acreditar que "há sempre uma forma" de chegar a um acordo entre os norte-americanos e os iranianos --- mesmo apesar das divergências sobre o plano de enriquecimento de urânio.
No entanto, Grossi acrescentou que qualquer possível acordo exigiria provavelmente uma investigação "sólida e muito robusta" da agência da ONU sobre o programa do Irão para compreender em que ponto se encontra, depois de anos em que Teerão restringiu a capacidade dos inspetores para o avaliar.
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