Aquecimento médio do planeta até 2029 pode ser superior a 1,5 graus

As temperaturas devem continuar a atingir valores recorde até final da década, havendo 70% de probabilidade de o aquecimento médio entre 2025-2029 ser superior a 1,5ºC, alertou esta quarta-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

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© Evan Garcia/Reuters

Lusa
28/05/2025 17:22 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Aquecimento global

Um relatório do organismo da ONU divulgado hoje indica que as temperaturas altas vão aumentar os riscos climáticos e os impactos nas sociedades, economias e desenvolvimento sustentável.

 

O relatório prevê que a média anual da temperatura global próxima da superfície para cada ano entre 2025 e 2029 deverá ser "entre 1,2°C e 1,9°C (graus celsius)", superior à média registada entre 1850 e 1900.

Um aumento da temperatura de 1,5ºC em relação à época pré-industrial era a meta estabelecida pelo Acordo de Paris sobre o clima que os países do mundo se deviam esforçar por não ultrapassar. Aprovado em 2015, o Acordo de Paris estabelece que os países devem cortar as emissões de gases com efeito de estufa de maneira a que as temperaturas globais não aumentem além de 2ºC, e de preferência não aumentem mais do que 1,5ºC.

No relatório, a OMM diz haver uma possibilidade de 80% de que pelo menos um ano, entre 2025 e 2029, seja mais quente do que o ano mais quente de que há registo. O ano mais quente já registado foi em 2024. E existe uma probabilidade de 86% de que pelo menos um ano seja mais de 1,5°C acima do nível pré-industrial.

A OMM explica no relatório que há 70% de hipóteses de que o aquecimento médio dos cinco anos entre 2025 e 2029 seja superior a 1,5°C. No anterior relatório essa percentagem era de 47% e no relatório de há dois anos (para 2023-2027) era de 32%.

A organização recorda que cada grau de aquecimento adicional leva a ondas de calor mais nocivas, fenómenos extremos de precipitação, secas intensas, derretimento das camadas de gelo, aquecimento dos oceanos e subida do nível do mar.

No documento destaca-se também como previsível que o aquecimento do Ártico nos próximos cinco anos, de novembro a março, seja mais de três vezes e meia superior à media global, e que quanto à precipitação zonas como o Sahel, norte da Europa, Alasca e norte da Sibéria sejam mais húmidas e a Amazónia mais seca (no período de maio a setembro de 2005-2029).

A comunidade científica tem alertado para o risco de um aquecimento superior a 1,5°C desencadear impactos muito mais graves das alterações climáticas e condições meteorológicas extremas, e frisa que cada fração de grau de aquecimento é importante.

A conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas deste ano, a chamada COP30, no Brasil, irá analisar os planos de ação climática atualizados de cada país, conhecidos como Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla original), que são cruciais para alcançar os objetivos do Acordo de Paris.

Leia Também: Glaciares levarão séculos a recuperar mesmo que aquecimento seja travado

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