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Curdos sírios exigem sistema de governação descentralizado

Os curdos sírios, que "em breve" retomarão negociações com o Governo central de Damasco, vão exigir um sistema de governação descentralizado na nova Síria, disse hoje um alto responsável curdo citado pela agência noticiosa francesa, AFP.

Curdos sírios exigem sistema de governação descentralizado

© Reuters

Lusa
26/05/2025 15:45 ‧ há 4 meses por Lusa

Mundo

Síria

As autoridades islamitas assinaram a 10 de março um acordo com os curdos para integrar no Estado sírio as instituições da administração curda, que controla vastas parcelas de território no norte e no nordeste do país.

 

Uma delegação representando os partidos curdos deslocar-se-á "em breve" a Damasco para reuniões com as novas autoridades sobre a aplicação deste acordo, segundo Badran Ciya Kurd, responsável da administração autónoma.

A delegação curda vai insistir numa "Síria descentralizada, pluralista e democrática", indicou Kurd.

"Esta posição será um dos principais temas de discussão e não é negociável", sublinhou.

Segundo o líder curdo, "o mosaico da sociedade síria não pode ser gerido por um sistema político que monopoliza todos os poderes e não reconhece a especificidade das regiões e dos que as compõem".

Os curdos rejeitaram a declaração constitucional adotada por Damasco a 13 de março, que confere plenos poderes ao Presidente interino, Ahmad al-Sharaa, e consideram que o novo Governo não reflete a diversidade da Síria.

"O desejo de centralizar tudo (...) sem aceitar uma verdadeira parceria e uma partilha de papéis e prerrogativas entre o centro e as regiões, está a tornar as negociações difíceis e muito lentas", disse o responsável curdo.

A 12 de maio, o ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Asaad al-Shibani, advertiu que "a unidade do território sírio era inegociável".

Acrescentou que qualquer "tergiversação" na execução do acordo com os curdos correria o risco de "prolongar o caos" no país, ao fim de 14 anos de guerra civil.

O acordo de 10 de março prevê a integração das instituições civis e militares das zonas curdas na administração do Estado sírio, incluindo os postos fronteiriços, o aeroporto e os campos de petróleo e gás.

A administração autónoma curda, da qual as poderosas Forças Democráticas Sírias (FDS) são o braço armado, controla grandes áreas do território, incluindo os principais campos petrolíferos e gasíferos do país.

Apoiadas por Washington, as FDS desempenharam um papel fundamental no combate ao grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI), derrotado em 2019.

Num comunicado divulgado após uma reunião entre o Presidente interino sírio e o enviado especial dos Estados Unidos para a Síria, Thomas Barrack, as duas partes sublinharam "a necessidade de aplicar um acordo global com as FDS que garanta o regresso da soberania do Governo sírio a todo o território".

Washington, que virou a página das sanções à Síria e abriu um novo capítulo nas relações com Damasco, está a desempenhar o papel de facilitador nas negociações em curso, de acordo com Badran Ciya Kurd.

Leia Também: Governo sírio vai ajudar EUA "a localizar norte-americanos" desaparecidos

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