O apelo de Kara-Murza ocorreu hoje durante uma sessão do Fórum da Liberdade, sobre direitos humanos, e que decorre até terça-feira em Oslo, Noruega.
Kara-Murza afirmou que cinco mil é um número que tem como base dados divulgados publicamente por organizações de defesa dos direitos humanos e que foram comparados com os cerca de 700 prisioneiros registados em meados da década de 1980 na ex-União Soviética.
O ativista e opositor russo no exílio frisou ainda que todas as pessoas cujo o único crime foi dizer a verdade devem ser libertadas denunciando a "brutalidade e a repressão" de Moscovo.
Kara-Murza foi condenado em abril de 2023 na Rússia a 25 anos de prisão pelos crimes de traição e divulgação de notícias falsas sobre a guerra na Ucrânia.
O opositor foi libertado em agosto de 2024 numa troca de prisioneiros entre a Rússia e vários países ocidentais.
"O que aconteceu em agosto (de 2024) foi um milagre", disse hoje acrescentando que os 16 outros prisioneiros políticos russos libertados tinham sido detidos injustamente e ilegalmente.
O único crime dos prisioneiros libertados foi mostrar oposição contra "uma ditadura brutal e a agressão russa à Ucrânia", afirmou.
O Fórum da Liberdade de Oslo é organizado anualmente desde 2009 pela organização Human Rights Foundation, com sede em Nova Iorque.
O organismo é presidido pelo milionário venezuelano radicado nos Estados Unidos Thor Halvorssen, familiar norueguês de Leopoldo López, membro da oposição venezuelana.
Durante o mesmo colóquio, Vladimir Kara-Murza acusou ainda o regime russo de hipocrisia, referindo-se à elite que "gasta no estrangeiro o dinheiro" obtido na Rússia.
Kara-Murza afirmou que instrumentos como a 'Lista Magnitsky', lançada em 2012 pelos Estados Unidos para sancionar os cidadãos russos alegadamente envolvidos na morte do advogado russo Sergey Magnitsky, são uma ferramenta eficaz, referindo que cerca de 35 países já têm diretivas semelhantes.
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