"Em termos de negociações, temos uma equipa de negociação muito boa, liderada pelo Comissário Sefcovic, que está a avançar com as discussões, e (...) entretanto, as discussões continuarão já esta tarde, quando o comissário tiver uma reunião com o secretário de Estado dos Estados Unidos para o Comércio", disse a porta-voz do executivo comunitário, Paula Pinho, em declarações em Bruxelas.
Um dia depois da conversa telefónica entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, na qual foi aceite a proposta europeia para alargar as conversações até 09 de julho para se alcançar um acordo comercial, a porta-voz comunitária falou numa "boa chamada".
"Basicamente, concordaram em acelerar as negociações comerciais e em manter um contacto estreito. Não vamos entrar em pormenores sobre as discussões, mas posso dizer que estamos a falar da maior e mais próxima relação comercial do mundo e, por isso, estas negociações são complexas e estão a levar o seu tempo, mas têm agora um novo ímpeto", salientou Paula Pinho.
"Sempre dissemos que estamos prontos para chegar a um acordo", adiantou.
As tensões comerciais devem-se aos anúncios de Donald Trump de imposição de taxas de 25% para o aço, o alumínio e os automóveis europeus e de 20% em tarifas recíprocas ao bloco comunitário, estas últimas, entretanto, suspensas por 90 dias.
A suspensão acalmou os mercados, que chegaram a registar graves perdas, e foi saudada e secundada pela União Europeia (UE), que suspendeu, durante o mesmo período e até meados de julho, as tarifas de 25% a produtos norte-americanos em resposta às aplicadas pelos Estados Unidos ao aço e alumínio europeus.
Porém, na passada sexta-feira, Donald Trump ameaçou impor uma tarifa direta de 50% à UE a partir de 01 de junho.
A Comissão Europeia, que detém a competência da política comercial da UE, tem optado pela prudência e essa cautela é apoiada por países como Portugal.
Bruxelas quer conseguir negociar com Washington, tendo já proposto tarifas zero para bens industriais nas trocas comerciais entre ambos os blocos.
Atualmente, 379 mil milhões de euros em exportações da UE para os Estados Unidos, o equivalente a 70% do total, estão sujeitos às novas tarifas (incluindo as suspensas temporariamente) desde que a nova administração dos Estados Unidos tomou posse, em janeiro passado.
Segundo a instituição, está em causa uma taxa média de direitos aduaneiros dos Estados Unidos mais elevada do que na década de 1930.
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