Em comunicado, a HRW refere a tendência crescente de deportação de requerentes de asilo e migrantes rejeitados para países fora da União Europeia (UE), particularmente a região dos Balcãs.
"Em vez de tratar os Balcãs como um armazém para migrantes, a União Europeia e o Reino Unido poderiam desempenhar um papel importante apoiando o desenvolvimento de sistemas de asilo funcionais e melhores estruturas para a proteção dos direitos dos migrantes", propõe a ONG.
O comunicado da organização centra-se na situação na Bósnia-Herzegovina, denunciando as condições precárias enfrentadas pelos refugiados naquele país.
A HRW acredita que o tratamento dos migrantes detidos na Bósnia-Herzegovina deve preocupar os governos que ponderam enviar um maior número destes indivíduos para este país, devido a atrasos processuais e ao acesso limitado a advogados.
O envio de mais requerentes de asilo rejeitados do Reino Unido, ou potencialmente da UE, para o já problemático sistema de detenção da Bósnia só iria agravar os problemas e abusos existentes, segundo a organização.
"A detenção prolongada de migrantes sem medidas de proteção adequadas coloca-os em risco de violações de direitos", alerta a organização, que baseia as suas conclusões em pesquisas realizadas no local durante duas semanas, no mês passado.
Os especialistas da HRW encontraram atrasos significativos nos processos judiciais de requerentes de asilo, que são detidos por períodos de tempo excessivos, alguns de até 18 meses.
A Bósnia-Herzegovina tem sido um país de trânsito para pessoas que procuram refúgio na UE e procuram aceitação em destinos como a Alemanha, França, Itália, Espanha e Bélgica.
Em 2024, o Ministério da Segurança da Bósnia-Herzegovina registou um total de 25.284 imigrantes ilegais de até 120 países e, embora a maioria deles (cerca de 21.000) tenha informado as autoridades bósnias sobre a sua intenção de pedir asilo, apenas 234 o fizeram efetivamente.
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