As relações bilaterais estão muito tensas desde o regresso de Trump à Casa Branca.
"Estou aqui sobretudo para restabelecer as relações entre os Estados Unidos e a África do Sul", nomeadamente no plano económico, disse Ramaphosa, tendo como pano de fundo as acusações norte-americanas de genocídio contra os agricultores brancos sul-africanos.
A África do Sul rejeitou veementemente a alegação e Ramaphosa insistiu na reunião com Trump numa tentativa de salvar a relação do seu país com os Estados Unidos, que está no seu ponto mais baixo desde o fim do sistema de segregação racial do 'apartheid' em 1994.
A África do Sul não tem fundos para cobrir o défice de mais de 430 milhões de dólares (cerca de 380 milhões de euros) causado pelos cortes da administração Trump na ajuda externa, disse hoje o ministro das Finanças sul-africano, Enoch Godongwana.
Sem essa receita fiscal, admitiu o governo sul-africano no parlamento, o país não tem dinheiro suficiente para compensar os cortes que ameaçaram a vasta rede de apoio a uma das maiores populações de seropositivos do mundo.
A África do Sul tem a maior rede de tratamento do mundo.
A intervenção do ministro das Finanças foi feita pouco antes da muito aguardada reunião de Cyril Ramaphosa com Donald Trump, na Casa Branca.
No início deste ano, o desmantelamento da USAID [agência norte-americana de cooperação] pela administração Trump pôs cobro a cerca de 436 milhões de dólares de financiamento anual para o tratamento e prevenção do VIH na África do Sul, colocando em risco o programa e milhares de postos de trabalho na área da saúde.
Godongwana disse que o orçamento atualizado dá prioridade aos recursos financeiros para apoiar o que é atualmente viável e adia outros programas até que os recursos do país o permitam.
Mais sofrimento pode estar a chegar, avisou.
A anterior apresentação do orçamento da África do Sul afetou 28,9 mil milhões de rands (1,4 mil milhões de euros) destinados ao setor da saúde.
O atual orçamento atribui 20,7 mil milhões de rands (970 mil milhões de euros), um valor significativamente inferior.
O dinheiro destina-se a proteger cerca de 4.700 postos de trabalho no setor da saúde, a contratar 800 médicos que terminaram o serviço comunitário e a resolver o problema da escassez de material médico, de serviços e de provisões.
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