Tiros de advertência sobre diplomatas. Israel "lamenta incómodo" causado

Israel admitiu hoje que foram disparados tiros de aviso após um grupo internacional de mais de 20 diplomatas se ter "desviado da rota aprovada" na visita a Jenin, na Cisjordânia ocupada, e "lamentou o incómodo" causado pelos disparos.

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© Lisi Niesner/Reuters

Lusa
21/05/2025 14:36 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"A delegação desviou-se do itinerário aprovado e entrou numa zona onde não estava autorizada a estar", declarou o exército israelita em comunicado, sublinhando que os soldados do exército que operavam na zona dispararam tiros de aviso para os afastar. 

 

O exército israelita "lamenta o incómodo causado" e anunciou que irá dialogar com os diplomatas "em breve".

Uma fonte dos serviços de segurança israelita disse ao portal i24News que foi "um mau incidente que não devia ter acontecido".

Pelo menos um diplomata português estava entre a delegação de embaixadores alvo de disparos do exército israelita em Jenin, reportou a agência noticiosa palestiniana, que adiantou que ninguém ficou ferido.

A WAFA, que cita o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana (AP), partilhou imagens dos ataques, que tiveram como objetivo "intimidar", nas quais se veem pelo menos dois israelitas fardados a disparar na direção de um grupo de pessoas que estava a dar entrevistas.

A Lusa contactou o Ministério dos Negócios Estrangeiros português para confirmar o sucedido e este adiantou que na delegação de diplomatas estava o chefe de missão diplomática em Ramallah, Frederico Nascimento, que se encontra a salvo.

A agência palestiniana referiu que figuravam na delegação representantes da União Europeia (UE), Áustria, Bulgária, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Itália, Lituânia, Polónia, Reino Unido, Roménia, Rússia, Turquia, China, Canadá, México, Índia, Japão, Sri Lanka, Egito, Jordânia e Marrocos, bem como um número indeterminado de diplomatas de outros países.

Segundo a Autoridade Palestiniana, o grupo de diplomatas que foi alvo de disparos quando visitava Jenin encontrava-se em missão oficial para observar a situação humanitária na cidade da Cisjordânia ocupada por Israel quando se ouviram tiros.

Um trabalhador humanitário, citado pela agência noticiosa Associated Press (AP) e que não quis ser identificado por receio de represálias, disse que uma delegação de cerca de 20 diplomatas estava a ser informada sobre a situação em Jenin pela Autoridade Palestiniana. 

O grupo de diplomatas regionais, europeus, asiáticos, africanos e ocidentais estava junto à entrada do campo de refugiados de Jenin quando ouviram tiros pouco antes das 14:00 locais (12:00 em Lisboa), embora não se saiba de onde vieram os tiros, disse.

O jornal The Times of Israel, na sua edição 'online', confirmou que tropas israelitas dispararam tiros de advertência para o ar quando diplomatas estrangeiros visitam Jenin, na Cisjordânia, sem que se tenham registado feridos.

Vídeos do incidente publicados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana mostram dezenas de pessoas, incluindo fotógrafos, perto de um posto de controlo do exército em Jenin.

Os soldados são vistos a disparar para o ar e a rasar o campo de refugiados palestinianos de Jenin. Imediatamente depois, o grupo de diplomatas foge de volta para os carros. Não há relatos de feridos, frisa o The Times of Israel.

Num comunicado de imprensa, o ministério palestiniano condenou "com a maior veemência possível o crime odioso cometido pelas forças de ocupação israelitas, que consistiu em atingir diretamente com munições reais uma delegação diplomática acreditada junto do Estado da Palestina" em "visita de estudo à província de Jenin", que constitui "uma violação flagrante e grave do direito internacional".

O incidente ocorre num contexto de aumento da pressão internacional sobre Israel devido à condução da guerra contra o movimento islamita palestiniano Hamas em Gaza, em que muitos países denunciam a intensificação e a expansão da campanha militar e o sofrimento dos civis, a quem falta tudo.

Leia Também: "Inaceitável". UE exorta Israel a investigar disparos contra diplomatas

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