O novo responsável vai assumir o cargo a 02 de junho, por um período de 12 meses, e, entre as suas principais tarefas, está a tentativa de alcançar uma paz "justa e duradoura".
Para a União Europeia (UE), esta situação só é viável com a adoção da chamada "solução de dois Estados [Israel e Palestina]", na qual israelitas e palestinianos convivem pacificamente.
Bigot manterá "contactos estreitos" tanto com as partes diretamente afetadas pelo conflito como com outros atores da região, num contexto marcado pela escalada de tensões após os "ataques brutais e indiscriminados" levados a cabo pelo grupo islamita palestiniano Hamas a 07 de outubro de 2023 e subsequentes represálias militares de Telavive na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, adiantou o Conselho.
A UE tem condenado estes ataques e apelado ao Governo israelita para proteger a população civil na Faixa de Gaza e facilitar a entrada de ajuda humanitária.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, descreveram na segunda-feira a situação atual na Faixa de Gaza como "inaceitável".
A guerra em curso foi desencadeada por um ataque do grupo extremista palestiniano Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023 que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.
A retaliação de Israel provocou mais de 53.000 mortos em Gaza, além da destruição de grande parte das infraestruturas do território governado pelo Hamas desde 2007.
Christophe Bigot poderá ainda ter de enfrentar uma revisão do acordo de associação da UE com Israel, admitido por Estados-membros como Países Baixos e França.
O pedido foi apresentado inicialmente pelo ministro dos Negócios Estrangeiros neerlandês, Caspar Veldkamp, numa carta enviada à chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas.
"Gostaria de solicitar uma revisão do cumprimento do artigo 2.º [sobre o respeito pelo direito internacional humanitário] por parte de Israel o mais rapidamente possível", escreveu o ministro.
Caspar Veldkamp argumentou, na carta à Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, que deve ser analisado se o bloqueio por Israel de ajuda humanitária a Gaza viola o acordo de associação, especificamente aquele artigo.
Israel bloqueou, em março, o acesso de ajuda humanitária a Gaza para impedir o Hamas de aceder ao material que entra no enclave palestiniano, onde ainda estão várias dezenas de reféns israelitas levados pelos islamitas nos ataques de 07 de outubro de 2023.
A França admitiu, entretanto, que o pedido é legítimo já que houve uma interdição de entrada de ajuda humanitária em Gaza durante mais de dois meses, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros francês.
O Acordo de Associação UE-Israel foi concluído em 2000 para melhorar a cooperação política e económica.
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