"Dias depois de o Dalai Lama ter designado este jovem como um importante líder budista tibetano, as autoridades chinesas raptaram-no a ele e à sua família", afirmou, no domingo, o secretário de Estado norte-americano, em comunicado.
"Não foram vistos desde então. As autoridades chinesas devem libertar imediatamente Gedhun Choekyi Nyima e parar de perseguir os tibetanos pelas suas crenças religiosas", acrescentou Rubio.
O Governo chinês e os seguidores do Dalai Lama, a figura máxima do budismo tibetano, têm-se desentendido sobre quem deve ocupar o cargo de Panchen Lama desde que Gedhun Choekyi Nyima, então com seis anos, desapareceu em 1995 e foi aprovado um candidato apoiado pela China para o cargo.
O Dalai Lama, considerado por Pequim como um perigoso separatista, denunciou a mudança e recusou-se a reconhecer o atual Panchen Lama, considerado o número dois da religião e responsável pela procura do sucessor do atual Dalai Lama.
O Exército Popular de Libertação da China entrou no território em 1950 e o Dalai Lama fugiu para a Índia nove anos mais tarde, durante uma revolta contra o domínio chinês.
A China defende que o Tibete faz parte do seu território há séculos, mas muitos tibetanos dizem que foram independentes durante a maior parte desse tempo.
Em 08 de maio, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução que condenava o rapto de Gedhun Choekyi Nyima, bem como as políticas de repressão e assimilação da China na região autónoma do Tibete.
O texto apelou ainda a sanções e a uma investigação independente para esclarecer as circunstâncias da morte no Vietname do líder religioso tibetano Tulku Hungkar Dorje, que foi detido no final de março por agentes chineses e vietnamitas.
Pequim protestou então contra a medida e apelou ao Parlamento Europeu para parar de "enviar sinais errados às forças separatistas".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China pediu então que "o Parlamento Europeu enfrente os factos e compreenda plenamente a seriedade e a sensibilidade das questões" ligadas ao Tibete.
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