"Essa reunião é certamente necessária", disse o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, durante a conferência de imprensa telefónica diária.
Peskov afirmou que "os contactos entre os presidentes Putin e Trump são extremamente importantes no contexto da resolução da crise ucraniana".
"É difícil sobrestimar o seu significado", referiu, citado pelas agências de notícias espanhola EFE e francesa AFP.
Putin, que propôs a Kiev retomar as negociações diretas, paralisadas desde 2022, rejeitou o convite do homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, para se encontrarem pessoalmente em Istambul, uma opção também apoiada por Trump.
Os dois lados estão muito distantes nas condições para acabar com a guerra e Trump disse na quinta-feira, durante uma viagem ao Médio Oriente, que uma reunião entre ele e Putin era crucial para quebrar o impasse.
Já hoje, o Presidente dos Estados Unidos afirmou que a reunião com Putin ocorrerá assim que for possível marcá-la.
"Acho que está na altura de o fazermos", disse Trump aos jornalistas em Abu Dhabi, citado pela agência norte-americana Associated Press (AP).
Peskov disse que uma cimeira Putin-Trump é importante "do ponto de vista das relações bilaterais russo-americanas como do ponto de vista da discussão séria sobre assuntos internacionais e problemas regionais".
"Incluindo, obviamente, a crise em torno da Ucrânia", afirmou, segundo a agência de notícias russa TASS.
Peskov insistiu que uma tal cimeira tem de ser bem preparada para poder ser produtiva.
"Uma cimeira é sempre precedida de negociações com especialistas, consultas e uma longa e intensa preparação, especialmente se estivermos a falar de uma cimeira entre o Presidente da Federação Russa e os Estados Unidos da América", acrescentou.
Ainda segundo a TASS, Peskov disse esperar que as negociações comecem nas próximas horas em Istambul e que os negociadores russos estão constantemente em contacto com Vladimir Putin.
O chefe da delegação russa é o conselheiro cultural de Putin, Vladimir Medinsky, que defende uma revisão ultranacionalista da história russa, o que desiludiu não só a Ucrânia mas também os governos ocidentais.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, afirmou hoje que Putin errou ao enviar uma delegação de segunda linha, sem qualquer ministro, às negociações em Istambul.
A agência russa Interfax noticiou que Medinsky se reuniu hoje com Michael Anton, um alto funcionário do Departamento de Estado norte-americano em Istambul, antes das negociações diretas com a delegação ucraniana.
Anton é diretor de Planeamento de Políticas no Departamento de Estado, segundo a EFE.
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