Síria considera histórico encontro de Trump e Al-Sharaa na Arábia Saudita

As autoridades sírias no poder desde a queda, em dezembro de 2024, do regime de Assad aplaudiram hoje o "encontro histórico" entre o Presidente interino, Ahmad al-Sharaa, e o Presidente norte-americano, Donald Trump, na Arábia Saudita.

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© LOUAI BESHARA/AFP via Getty Images

Lusa
14/05/2025 16:07 ‧ há 5 horas por Lusa

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"Na reunião, enfatizou-se a importância de eliminar as sanções impostas à Síria e apoiar o caminho do país para a recuperação e a reconstrução", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio, num comunicado divulgado na sua conta da rede social X.

 

Segundo o comunicado, Al-Sharaa "expressou [a Trump] a sua gratidão pelo apoio regional e internacional, sublinhando o progresso confiante da Síria no futuro", antes de sublinhar que, no encontro, também foram discutidas possibilidades de cooperação bilateral "nos esforços contra o terrorismo".

A pasta da diplomacia síria, liderada por Asaad al-Shibani, indicou que entre os temas abordados esteve igualmente a cooperação para "eliminar a influência de atores não-estatais e grupos armados que minam a estabilidade, incluindo o [grupo 'jihadista'] Estado Islâmico e outras ameaças".

"Está prevista uma reunião de acompanhamento entre o ministro dos Negócios Estrangeiros sírio e o homólogo, [o secretário de Estado norte-americano] Marco Rubio, para prosseguir a coordenação bilateral e fazer avançar os entendimentos alcançados durante estes contactos", declarou o ministério no comunicado.

O próprio Presidente interino sírio fará hoje, às 22:00 locais (20:00 de Lisboa), um discurso ao país, no qual se espera que aborde os últimos acontecimentos e os resultados da sua reunião com Donald Trump, informou a agência de notícias estatal síria, Sana, numa breve mensagem publicada na plataforma digital Telegram.

Trump defendeu hoje o início de uma "normalização" das relações com as novas autoridades da Síria, após a sua reunião com Al-Sharaa, apenas um dia depois de ter anunciado o levantamento das sanções impostas a Damasco, no primeiro encontro entre líderes dos dois países num quarto de século.

Por sua vez, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou num comunicado que Trump pediu a Al-Sharaa para aderir aos acordos acima mencionados, "dizer aos terroristas estrangeiros para abandonarem a Síria", "deportar os terroristas palestinianos", "ajudar os Estados Unidos a impedir o ressurgimento do [grupo 'jihadista'] Estado Islâmico" e "assumir a responsabilidade dos centros de detenção de membros do Estado Islâmico no nordeste da Síria" para avançar na normalização das relações entre a Síria e os Estados Unidos.

O encontro de hoje entre Trump e Al-Sharaa representa uma viragem na política dos Estados Unidos, que consideravam o líder do Hayat Tahrir al-Sham (HTS) um terrorista e anunciaram em dezembro passado que retiravam a recompensa de dez milhões de dólares (cerca de 9,5 milhões de euros) por informações que levassem à sua captura.

O novo Governo sírio apelou repetidamente para o levantamento de sanções e comprometeu-se a trabalhar para uma transição pacífica, ao mesmo tempo defendendo os direitos das mulheres e das minorias, perante as preocupações internacionais quanto ao risco de uma deriva repressiva, devido ao papel dos 'jihadistas' no país, mergulhado numa profunda crise humanitária após quase 14 anos de guerra civil.

Leia Também: Trump quer "corrigir" esta função dos carros "que todos detestam"

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