Europeus do Conselho de Segurança exigem que Israel levante bloqueio à ajuda a Gaza

Reino Unido, Dinamarca, França, Grécia e Eslovénia, membros europeus do Conselho de Segurança da ONU, exigiram hoje que Israel suspenda imediatamente o bloqueio à entrada de ajuda em Gaza e consideraram "inaceitável" qualquer tentativa de anexar o enclave.  

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© AFP via Getty Images

Lusa
13/05/2025 20:50 ‧ há 6 horas por Lusa

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Médio Oriente

Num comunicado conjunto lido aos jornalistas pela embaixadora britânica junto às Nações Unidas, Barbara Woodward, os cinco Estados constataram que "Israel bloqueia totalmente a entrada de ajuda em Gaza há mais de dois meses", frisando que travar auxílio como "'alavanca de pressão' é inaceitável".  

 

"Temos duas mensagens claras para o Governo de Israel: suspenda já o bloqueio à entrada de ajuda em Gaza e permita que a ONU e todos os agentes humanitários salvem vidas", instaram.  

Focando-se na situação humanitária no enclave palestiniano, os países europeus reforçaram que o Programa Alimentar Mundial já não tem alimentos e que, em resultado, os civis palestinianos, incluindo crianças, enfrentam a fome. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) denunciou hoje que pelo menos 57 crianças morreram de fome na Faixa de Gaza desde março, na sequência do bloqueio humanitário imposto por Israel ao enclave palestiniano. 

Toda a população de Gaza já corre risco crítico de fome, frisou Barbara Woodward, observando que sem o levantamento urgente do bloqueio à ajuda, mais palestinianos correm o risco de morrer.  

"Mortes que poderiam ser facilmente evitadas", disse, acrescentando: "A ajuda humanitária nunca deve ser utilizada como ferramenta política ou tática militar". 

Os Estados europeus rejeitaram ainda o mecanismo que Israel propõe para permitir o acesso à ajuda humanitária a Gaza, uma vez que coloca os objetivos políticos e militares acima dos "princípios humanitários". 

"Qualquer modelo de distribuição de ajuda humanitária deve ser independente, imparcial e neutro, e estar em conformidade com o direito internacional e os princípios humanitários. Não podemos apoiar qualquer modelo que coloque os objetivos políticos ou militares acima das necessidades dos civis", acrescentou a diplomata britânica. 

Reino Unido, Dinamarca, França, Grécia e Eslovénia recordaram que, na semana passada, o Gabinete de Segurança israelita aprovou planos para expandir as suas operações militares em Gaza. 

Nesse sentido, os Estados europeus manifestaram a sua forte oposição a esses planos, que "aumentarão o sofrimento palestiniano, sem nada fazer para servir os interesses de paz e segurança a longo prazo na região, nem para garantir o regresso seguro dos reféns". 

Qualquer tentativa de Israel de anexar terras em Gaza seria inaceitável e violaria o direito internacional, sublinharam, defendendo que o "território palestiniano não deve ser reduzido nem submetido a qualquer alteração demográfica". 

A declaração conjunta dos cinco países foi feita à entrada do Conselho de Segurança da ONU, antes de os 15 Estados-membros deste órgão se reunirem para abordarem a situação humanitária em Gaza. 

A ofensiva israelita foi desencadeada por um ataque do grupo radical palestiniano Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns, segundo as autoridades israelitas. 

A retaliação de Israel contra a Faixa de Gaza provocou mais de 52.900 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, que governa o enclave desde 2007. 

A ofensiva israelita na Faixa de Gaza causou também a destruição de grande parte das infraestruturas do território de 2,4 milhões de habitantes. 

Israel retomou a ofensiva em março, pondo termo a um cessar-fogo negociado em janeiro, durante o qual trocou vários reféns israelitas por prisioneiros palestinianos. 

Desde que retomou a ofensiva, impôs um bloqueio à entrada de ajuda humanitária na Faixa da Gaza, apesar dos apelos de organizações internacionais, como a ONU, para que não deixasse morrer a população à fome e de doenças. 

[Notícia atualizada às 21h23]

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