Compras de gás à Rússia? PM eslovaco promete a Putin vetar plano da UE

O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, prometeu sexta-feira ao Presidente russo que vetará o plano da União Europeia para acabar com as compras de gás à Rússia, num encontro com Vladimir Putin em Moscovo que disse ter aceite com "alegria".

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© TOMAS BENEDIKOVIC/AFP via Getty Images

Lusa
10/05/2025 00:07 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Robert Fico

Fico, conhecido pela sua postura pró-Rússia, disse ao seu anfitrião que não teve "qualquer problema" em aceitar o convite do Kremlin para comparecer nas comemorações na capital russa do fim da Segunda Guerra Mundial.

 

"Pelo contrário, foi uma honra receber este convite, que aceitei com alegria", disse Fico durante um encontro com Putin, transmitido pela televisão estatal russa.

O primeiro-ministro eslovaco disse que o seu governo vetará o plano de Bruxelas de eliminar gradualmente as importações de hidrocarbonetos russos.

Putin garantiu a Fico que faria "tudo" o que estivesse ao seu alcance para restabelecer os laços com a Eslováquia, que afirmou estarem "congelados" sob pressão ocidental.  

"Sempre mantivemos relações amigáveis com a Eslováquia", disse o Presidente russo.

Tal como o seu vizinho e aliado húngaro Viktor Orban, Robert Fico tem criticado repetidamente o apoio europeu à Ucrânia desde o início da invasão deste país pela Rùssia, bem como a política de Bruxelas de isolar Moscovo.

O líder eslovaco já se encontrou com Putin em dezembro de 2024 para discutir o fornecimento de gás.

Também hoje, Fico reagiu às críticas da chefe da diplomacia europeia, por assistir à parada militar moscovita do Dia da Vitória, recordando-lhe que a diplomacia é o contrário da sua "nova política de cortina de ferro".

"Pergunto-me como se pode fazer diplomacia e política externa se os políticos não podem encontrar-se e manter um diálogo normal sobre temas nos quais divergem", declarou Robert Fico, numa carta aberta à alta representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Kaja Kallas.

Fico criticou a "nova política de cortina de ferro" que a Europa está a tentar "tão intensamente" impor e recordou a Kallas que "não tem qualquer autoridade" para criticar "um primeiro-ministro soberano de um país soberano que está a abordar de forma construtiva a agenda europeia".

"Registo as suas declarações. Aparentemente, não estou do lado certo da História, nem de outras profundas considerações geopolíticas semelhantes", ironizou o chefe do executivo da Eslováquia, no princípio de uma missiva dividida em quatro pontos publicada nas suas contas das redes sociais.

Fico sublinhou ainda que a sua visita a Moscovo faz parte da sua obrigação, enquanto primeiro-ministro, de "prestar homenagem" aos "mais de 60 mil soldados do Exército Vermelho que morreram a libertar a Eslováquia".

Durante uma visita à Ucrânia, Kallas atacou o chefe do Governo eslovaco por marcar presença em Moscovo, sendo o único chefe de governo de um país da UE a fazê-lo.

No desfile militar alusivo ao 80º aniversário da derrota da Alemanha nazi, Vucic foi um dos líderes de 29 países que estiveram ao lado de Putin nas bancadas da Praça Vermelha, incluindo os Presidentes da China, Xi Jinping, e do Brasil, Lula da Silva, bem como os chefes de Estado do Cazaquistão, da Bielorrússia, do Vietname, da Arménia, de Cuba e da Venezuela.

Também esteve presente o Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, assim como o Presidente dos sérvios da Bósnia, Milorad Dodik, procurado pela justiça da Bósnia.

No desfile marcharam cerca 11 mil soldados, incluindo 1.500 militares que combateram na Ucrânia, de acordo com a agência de notícias estatal russa TASS.

O desfile militar incluiu ainda a passagem de 130 veículos, entre as quais os antigos blindados soviéticos T-34 e as peças de artilharia SU-100 utilizadas durante a Segunda Guerra Mundial.  

 Na abertura da cerimónia, Putin disse que o seu país apoia a ofensiva na Ucrânia, cuja invasão ordenou em fevereiro de 2022.

"Todo o país, a sociedade e o povo apoiam aqueles que participam na operação militar especial (invasão da Ucrânia). Estamos orgulhosos da sua coragem e tenacidade, essa força de espírito que sempre e só nos trouxe a vitória", afirmou o Presidente russo.  

Leia Também: Bruxelas lembra Eslováquia que UE não comparece ao Dia da Vitória

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