Emmanuel Macron "fazer todo o possível para garantir a proteção de todos os sírios sem exceção, independentemente da sua origem, religião ou opiniões", numa conferência de imprensa conjunta no Palácio do Eliseu, em Paris.
O líder francês instou al-Charaa para que "garanta que os autores" da recente violência inter-religiosa contra os drusos, uma comunidade esotérica descendente de um ramo do Islão, e dos "massacres" de membros da minoria muçulmana alauita, em março, sejam "processados e julgados".
A União Europeia deve "punir sistematicamente os autores destes crimes", disse o chefe de Estado francês, insistindo em sanções europeias contra os responsáveis por massacres.
Por outro lado, Emmanuel Macron invocou a continuação do "levantamento gradual das sanções económicas europeias", e também dos Estados Unidos, à Síria se a coligação islamita no poder na Síria desde a queda de Bashar al-Assad, em dezembro, estabilizar o país.
Esta primeira visita do novo Presidente sírio a um país ocidental suscitou polémica com a direita e a extrema-direita francesas, devido às ligações passadas de al-Charaa ao terrorismo islâmico.
Relativamente ao levantamento das sanções contra a Síria, o Presidente sírio afirmou que a segurança dos sírios é a sua "prioridade máxima" e que as sanções europeias "constituem um obstáculo" à reconstrução do seu país e que "não há justificação" para a sua continuação.
"Não há justificação para as manter porque são sanções impostas hoje ao povo e não à pessoa que massacrou este povo", defendeu Ahmad al-Charaa.
Várias dezenas de membros das minorias religiosas da Síria manifestaram-se na quarta-feira na Place de la République, na capital francesa, sob a bandeira síria.
Al-Charaa chegou ao poder em dezembro do ano passado, após o movimento armado que liderava derrubar o regime liderado por Bashar al-Assad.
Atualmente, luta pelo levantamento de sanções impostas ao anterior regime, que pesam sobre a economia do país, destruída por 14 anos de guerra civil.
Desde que assumiu o poder, a coligação islamita Hayat Tahrir al-Sham (HTS) liderada por Al-Charaa tem tentado assegurar à comunidade internacional que respeita as liberdades e protege as minorias.
As dúvidas sobre a capacidade das novas autoridades sírias para controlar alguns dos combatentes extremistas a elas afiliados adensaram-se com os massacres no oeste do país em março, que fizeram 1.700 mortos, a maioria da minoria alauita a que pertencia Bashar al-Assad, e conflitos recentes com elementos da minoria drusa e abusos de migrantes indocumentados.
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