Vice-presidente dos EUA pede negociações diretas entre Kyiv e Moscovo

O vice-presidente norte-americano defendeu hoje que negociações diretas entre a Ucrânia e a Rússia poderá ser a única forma de terminar o conflito, enquanto Washington avisou que o líder russo, Vladimir Putin, é "um obstáculo" a um acordo.

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Lusa
07/05/2025 16:37 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Acreditamos que é provavelmente impossível mediarmos completamente sem pelo menos algumas negociações diretas entre as duas partes. Portanto, é nisso que nos estamos a concentrar", declarou J.D Vance, durante um painel de debate em Washington, no âmbito da Conferência de Segurança de Munique.

 

O vice-presidente dos Estados Unidos da América (EUA) referiu que este "é o próximo grande passo" que a sua administração gostaria de dar, comentando que não se sente "muito pessimista" em relação a isso.

Washington manteve conversações separadas com Kyiv e Moscovo sobre o fim do conflito, iniciado com a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, mas ameaçou retirar-se do processo se não houver progressos em breve.

Em 28 de fevereiro, o Presidente norte-americano, Donald Trump, e J. D. Vance entraram em confronto perante as câmaras com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca, mas Kyiv e Washington assinaram entretanto um acordo de minerais que concede aos Estados Unidos acesso aos recursos da Ucrânia.

Kyiv espera que este acordo abra caminho às garantias de segurança dos Estados Unidos na perspetiva de um acordo de paz com Moscovo.

Falando sobre as exigências russas para um cessar-fogo, que implicam cedência territoriais da Ucrânia, o vice-presidente norte-americano reconheceu hoje que são excessivas: "Achamos que estão a pedir demais".

Estas declarações surgem no dia em que Keith Kellogg, enviado especial dos EUA para a Ucrânia, afirmou que o Presidente russo continua a ser um obstáculo para se chegar a um acordo, alertando que os ucranianos não serão os principais perdedores se não houver um entendimento.

"Chegámos a uma posição em que acredito honestamente que este é o máximo que podemos ir. Penso que estamos perto (...) desde que Putin concorde. Provavelmente um dos nossos obstáculos ao progresso é o Presidente da Rússia não concordar", afirmou em declarações ao canal de televisão Fox News.

Keith Kellogg avisou que "não são os ucranianos que vão ser prejudicados" com a postura de Moscovo, "porque os russos não estão a ganhar esta guerra".

Segundo o enviado da Casa Branca, os ucranianos estão numa "boa posição" na perspetiva de Washington e, embora "não gostem de todas" as condições para um cessar-fogo, estão dispostos a aceitá-lo imediatamente.

Kellogg salientou ainda que a Ucrânia já aceitou um cessar-fogo abrangente em relação a infraestruturas marítimas, aéreas e terrestres por um período mínimo de 30 dias, com possibilidade de extensão, uma proposta até agora rejeitada por Moscovo.

"Nas negociações, nenhum dos lados conseguirá tudo o que quer, mas este é um bom acordo para ambos os lados", observou o enviado norte-americano, que estimou as baixas de ambos os lados em mais de um milhão, o que exige "uma saída".

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Para assinalar o 80.º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazi, Vladimir Putin anunciou uma trégua unilateral de três dias, a partir de quinta-feira.

Esta proposta foi, no entanto, rejeitada por Zelensky, que considera que um cessar-fogo de três dias é inútil e insistiu numa suspensão das hostilidades durante pelo menos 30 dias.

Zelensky disse ainda que a Ucrânia não pode garantir a segurança dos líderes estrangeiros convidados para as cerimónias do Dia da Vitória, na sexta-feira na capital russa, uma declaração recebida pelo Kremlin como uma ameaça.

Leia Também: Joe Biden acusa Trump de apaziguar o líder russo ao pressionar a Ucrânia

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